4 mitos sobre Paris para desfazer antes de visitar a cidade

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Antes de decidir ir a Paris, ouvi inúmeros depoimentos de pessoas falando mal da cidade. Claro, também tiveram aqueles que a endeusaram. Cada um com as suas opiniões. Confesso que eu também tinha as minhas e, para ser sincera, não eram lá as melhores. Nunca tive grande curiosidade em conhecer a cidade-luz. Acreditava que era uma cidade bonita, sim, mas não mais do que isso. E cidades bonitas não faltam por aí, pensava eu.

Tanto é verdade que, na nossa volta ao mundo em 2011, a gente quase não passou pela capital francesa. Foi um agente de viagem que disse: “como assim vocês vão à Europa e não vão a Paris?” Tivemos que concordar e acrescentamos a cidade aos nossos destinos. Ainda bem.

(Em tempo, esse post foi escrito há quase 9 anos, de lá para cá, já voltei à cidade luz diversas vezes)

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Paris - Guia de viagem

Este post fala por que as pessoas devem visitar Paris, desfazendo alguns dos mitos negativos sobre a cidade. São informações sobre a cidade na ótica de uma pessoa que se encantou por uma Paris que já estava cansada de ver em filmes, mas que nunca realmente quis conhecer.

Além disso, é um incentivo para que novos viajantes aproveitem plenamente sua visita à cidade e não voltem com más impressões. Afinal, não tem como não amar Paris, se você tiver um pouquinho de paciência.

4 mitos sobre Paris que não são – necessariamente – verdade

1. Ninguém quer falar inglês e eu não entendo nada de francês

Esse é o maior mito da cidade. O senso comum diz que os franceses em geral detestam falar o idioma de seus eternos rivais, os ingleses. Nacionalismo ou puro nariz em pé, dizem por aí. Eu sempre pensei: “a cidade é uma das mais visitadas do mundo e esse povo não quer falar inglês? Ahhh vaaa…”

Bem, se você, como eu, não passa do merci, não se preocupe. Muita gente fala inglês, espanhol ou a linguagem universal da mímica.

Existem sim casos de pessoas que são grosseiras, mas elas não são grosseiras porque você não fala francês, são mal educadas porque são assim – e gente mal educada existe em qualquer lugar do mundo.

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Eu, particularmente já estive cinco vezes em Paris e nunca mesmo fui maltratada por não falar francês. Em geral, na minha experiência, se você for direto e educado, provavelmente vai receber o mesmo tratamento: bom dia, por favor, obrigado e com licença são palavras mágicas em boa parte do mundo.

2. O problema de Paris? Os parisienses

Chatos, metidos, arrogantes, nariz em pé, blehh. Essa é a fama dos franceses no Brasil. E caso você não saiba, também é a fama dos parisienses entre os demais franceses.

Como já disse no tópico anterior, isso é, em grande parte, mito. A verdade é que parisienses, tal como habitantes de qualquer grande metrópole no mundo, estão tentando viver a vida corrida deles e você turista, muitas vezes, está atrapalhando o caminho.

Mas é preciso ver além do mito. Encontrei muitos parisienses simpáticos e dispostos a ajudar durante as minhas estadias na cidade-luz. E olha que essas experiências envolveram coisas como um alarme falso de incêndio, minha mãe ficar presa no cemitério na noite do reveillon ou eu e meus amigos perdidos na saída do Louvre à meia noite.

A questão é, essa é a cidade deles, você é um visitante, então se comporte como tal. Respeite as regras, não aja como se estivesse em casa. E não julgue o livro pela capa, já diria a expressão.

melhores vistas de Paris

3. A Torre Eiffel não tem tanta graça assim, vai?

Deixa eu te contar uma história. Estive em Nova York em 2008. Toda empolgada e tudo mais. Chego lá e a Estátua da Liberdade, sempre tão fotografada, estava mais para o tamanho de suas réplicas de chaveirinho. É muito menor do que aparenta nos filmes e fotos.

Essa era a impressão que o Rafa tinha antes de ver a Torre Eiffel. Ele chegou a dizer: “ah, nem acho que a Torre deve ser grandes coisas”. Isso foi cinco segundos antes dele fazer “OOOOH!!”.

Ficamos sentados uns 15 minutos só olhando para Torre. A verdade é que a Torre, sendo a construção mais alta de Paris, é simplesmente linda e impressionante. Visível de vários pontos da cidade, dia e noite, complementando a paisagem.

Por isso é tão especial gastar uns euros, enfrentar a multidção e algumas horas na longa fila para subir. Dá para ver toda a vista da cidade.  E desafio quem conseguir achar uma parte esquisita ou pouco charmosa.

Outro conselho: marque o horário da sua subida na Torre cerca de duas horas antes do pôr-do-sol (que varia dependendo da estação do ano).

Saiba mais: Torre Eiffel: todas as dicas para sua visita, ingresso e curiosidades

Quando descer, vá direto até o Sena e pegue uma das balsa que cruzam o rio. O passeio vai acontecer ao entardecer e você vai ter o incrível privilégio de ver as primeiras luzes da cidade-luz se acenderem. Além disso, a balsa passa por todos os pontos importantes que o Sena cruza, como a catedral de Notre Dame, o Louvre.

Nos primeiros cinco minutos de cada hora (18:05, 19:05, etc), a Torre Eiffel fica toda iluminada com luzes brilhantes. Impressionante.

o que fazer em paris torre eiffel

4. Ok, ok, mas Paris é muito cara

Certo, Paris não é a cidade mais barata da Europa. Mas com um pouco de esforço (como não correr Sephora adentro ou desejar tudo nas Galerias Lafayete) não é tão difícil economizar. Nós gastamos cerca de 70 euros por dia, incluindo hospedagem.

Em termos de comida, é muito fácil comprar coisas deliciosas em supermercados e mercados de rua: baguetes e crepes são opções boas e baratas. Entre os doces, os macarons podem ser caros, mas tem um monte de torteletes deliciosos como opção. Vinho é muito barato. Água, não peça de marca e você vai ficar bem.

Vitrines em Paris

Várias atrações tem um dia gratuito ou mais barato. Por exemplo, o Louvre é mais barato na sexta à noite. Leia também: 18 atrações gratuitas de Paris. E são diversas praças e parques gratuitos, assim como a vista, que não custa nada.

E aproveite que essa é uma cidade que merece ser vista para caminhar bastante e economizar no transporte público. Por mais que o metrô seja bom, é muito desperdício perder a cidade viajando pelo subsolo. Se você não for muito de caminhada, a dica é alugar uma bicicleta e pedalar um pouco.

Qu’il est, profiter de Paris. J’ai adoré! (obrigada Google Tradutor…)

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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22 comments

Engraçado com viagens é algo relativo. Gosto bastante de Paris… Mas vou relatar o que aconteceu comigo. Sempre ouvi que eles não gostavam de falar inglês e tal, e eu sempre pensei que era mentira… Daí quando fui pra lá e desci do ônibus que peguei do aeroporto para o centro da cidade eu fui perguntar em inglês pra um rapaz onde ficava o metrô mais perto, foi a PRIMEIRA pessoa que conversei em Paris, daí ele me respondeu “Speak French!” e deu as costas… KKK… Confesso que depois dessa “lapada” não perguntei mais nada pra ninguém na rua… KKKKK… E quanto a eles serem chatos e tal, isso é de conhecimento geral e os próprios fazem piadas disso. Tenho amigos que moraram lá anos e anos e afirmam que é um traço da característica deles…

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Só tive boas impressões da cidade, das pessoas, enfim de tudo o que vivi em Paris. Antes de viajar ouvi muitas pessoas dizerem exatamente cada um dos mitos que você traduziu brilhantemente. Acrescento mais um, “cuidado com os taxistas em Paris, eles não falam nem francês, nem inglês e não te levam para o seu destino,, fazendo trajetos diferentes”. Puro mito é claro. Andei de táxi algumas vezes e tive experiências extraordinárias com super dicas dos taxistas sobre a cidade.

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Eu fui em 2013 e só tive boas impressões de Paris e dos parisienses. Na nossa primeira noite, entramos em um restaurante pequeno perto do hotel e nem o garçom ou o chef falavam inglês mas eles foram super solícitos. Tinha um amigo do chef/dono que se virou em 30 pra nos ajudar a entender o menu e depois para fazer uma troca pq um dos acompanhamentos tinha acabado. Rolou até uma imitação de galinha! hahahahaha

O chef veio com dois pratos com os acompanhamentos disponíveis e com mímica explicou que era pra gente escolher um dos dois. Foi uma experiência muito boa. Depois no metrô, quando pedimos informação no balcão de informações deles mesmo, a mulher ouviu nossa pergunta em inglês mas explicou em francês… foi engraçado mas conseguimos entender pq ela ia apontando no mapa as linhas e estações.

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Oi Luíza! Fui pra Paris com a mente aberta e tentando esquecer todos os preconceitos, mas o plano foi por água abaixo. Meu namorado até fala que eu dei azar, porque nas duas vezes que fui pra lá saí com uma má impressão. Eu falava francês, tentava me comunicar com os locais, mas teve um cara que chegou a me ignorar completamente (olhou pro alto enquanto eu falava com ele)! Pode ter sido só azar mesmo, mas as garçonetes também não eram simpáticas, as atendentes de loja muito menos, e assim por diante. Cheguei a achar que o problema era eu, mas uma amiga foi comigo da segunda vez e confirmou que tinha acontecido o mesmo com ela. Fora isso, achei os metrôs muito sujos, todos com cheiro de xixi, sem falar na galera que não tomava banho. Horário de pico era aqueeeele cecê!

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achei os franceses bacanas…minha esposa estava perto da soubornne, no quartier latin, segurando um mapa, e um tiozinho se aproximou, oferecendo ajuda!
no hotel, nos lugares, alem de falarem ingles, (ou as vezes respondendo em frances, rsrs), eles atendiam muito bem, e c/ muita atenção!
só ñ gostei muito do atendimento daquela lanchonete, onde foi filmado a amelie poulin, pois, tb, cheio pra cacete, e a garçonete era bem grossa! rs

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qro ir agora.

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Pô, Lu, vou gastar mais dinheiro na Europa, já vi tudo hehehehe. Este post foi sensacional

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Sério que nenhum francês mereceu um round house kick? hahahahaha. Tô brincando, também acho que é por aí. Estereótipos são criados e facilitam a vida dos habitantes das zonas de conforto. Ou seja: é muito mais fácil achar um francês chato do que tentar entender suas raízes e jeito de ser.

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Obrigada Kel!

Eu acho que as pessoas que falam mal de Paris chegam lá achando que é Brasil. Ou então já vão com uma má espectativa de que os franceses vão tratá-la mal.

Como você disse, humildade é a alma do negócio…

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Neste post eu consegui ouvir a Lu falando! Acho que agora você encontrou o tom pros posts, Lu. Gostei demais! Estava achando os outros muito técnicos, com uma linguagem meio muito distante. Gosto mais assim, que nem este.

Concordo com cada ponto que você colocou. Principalmente com a parte do “você é turista, então se comporte como tal”. E acho que essa regra vale pra qualquer lugar que a pessoa for visitar. É arrogante, mal-educado e prepotente ir à cidade ou ao país dos outros e não respeitar os costumes locais. É como ir à casa de alguém que vc está conhecendo agora e já sair usando os perfumes e pegando o controle remoto da televisão. #quedeselegante Acho mesmo que um pingo de humildade em viagens não faz mal a ninguém e ainda te garante um tratamento educado e solícito.

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