Categorias: Crônicas de Viagem

Índia: 7 motivos para um choque cultural

Acredite: nada vai te preparar para a Índia. Lotada, caótica, suja e confusa. Ao mesmo tempo, diferente, interessante e bela. Por ali, os contrastes estão por todos os lados. Se apenas visitar o país já causa um tremendo choque cultural, imagina morar lá? Pois é. Quem acompanha o blog há mais tempo sabe que nós vivemos na Índia entre 2011 e 2012.

Selecionamos aqui algumas das primeiras impressões que tivemos do país, coisas que fazem muitos viajantes desejarem sair correndo de lá. Se isso acontecer com você, tenha calma. Superado o susto inicial, a Índia se revela um lugar incrível. Uma experiência que certamente muda a vida das pessoas, embora não exatamente do jeito que elas esperavam.

Sujeira e poluição

Nós nem tínhamos pisado na Índia quando tomamos o primeiro susto. Segundos antes do avião pousar no aeroporto de Nova Délhi, capital do país, eu olhei pela janela da aeronave. Eu esperava ver um país exótico, cheio de tuk-tuks, elefantes e vacas andando pelas ruas. O que eu vi? Absolutamente nada. É que a poluição impedia que tuk-tuks, vacas (e um ou outro elefante) estivessem visíveis. Também não consegui ver o aeroporto até que a roda da aeronave tocou o solo.

A Índia é suja, a ponto de invalidar completamente aquela regra dos seis segundos de tolerância para comer algum alimento que caiu no chão. Há lixo por todos os lados. Muitos lugares fedem a merda e mijo  – não, nada de fezes e urina. O cheiro é de bosta mesmo, sem eufemismos. E o pior: nem sempre de origem animal. A culpa não é das vacas, mas da falta de banheiros que assola o país, problema considerado uma humilhação nacional até mesmo pelo governo.

Do aeroporto, nós seguimos até a rodoviária de Nova Délhi, uma unanimidade entre os estrangeiros que conheci por lá: todos concordavam que aquele era o pior lugar do mundo. Paredes quebradas, escuridão, odores nada agradáveis e lixo. Muito lixo. Era tão sujo que nós nem queríamos colocar as mochilas no chão. Ficamos com elas nas costas mesmo, até o ônibus partir. Conselho número um: Vai visitar a Índia? Ande com um pouco de álcool em gel. E prepare-se para deixar de ser fresco  mudar alguns padrões.

Trânsito indiano

Enfim, o ônibus partiu. O motorista era alto, magro e tinha uma barba enorme. Ou seja: era a cara do Bin Laden. Com o Osama ao volante, começamos a viagem até Chandigarh, cidade onde iríamos morar. Na estrada, minhas impressões do país começaram a mudar.

– “Olha, aqui nem é tão sujo. Até se parece com o Brasil. Nem tem tanta… MERDA! A GENTE VAI BATER NAQUELA VACA!”.

Buzina. Mugidos. Num passe de mágica, o ônibus desviou da vaca, que ruminava calmamente na beira da estrada.

– “Ufa. Foi por pouco. O Osama é bom de roda. Nem sei como ele conseguiu desviar da… PUTA QUE PARIU, ele está dirigindo na contramão!!”

Buzinas. Gritos. Nosso motorista, ainda na contramão, mandava que os veículos no sentido contrário dessem passagem.

Qualquer pessoa que diga que o trânsito da Índia é o caos subestima o trânsito da Índia. Se o Caos em pessoa resolvesse dirigir na Índia ele certamente se envolveria num acidente nos primeiros cinco minutos. É preciso ter talentos extraordinários para dirigir ali, em meio a vacas, elefantes, carros, bicicletas, vacas, tuk-tuks, vacas, búfalos, camelos… e mais vacas.

Teoricamente o trânsito funciona na mão errada de direção, aquilo que os súditos da Rainha chamam de mão-inglesa. Na prática, essa regra pode ser abolida facilmente. Vi motoristas dirigirem por longos trechos no que seria a contramão, mesmo em avenidas movimentadas de grandes cidades. Conselho número 2:  Nem pense em alugar um carro e dirigir. (Temos um post inteiro sobre o trânsito indiano. Leia aqui).

Barulho

Dizem que a Índia é o pior país do mundo para acordar de ressaca. Além dos vários odores, é barulho que não acaba mais. Depois de ser atropelado por um cerveja com 8% de álcool, o cara acordada zonzo. Tenta ir para o trabalho, até que é quase atropelado por um tuk-tuk. BUZINA. GRITOS. “De onde você é?”, pergunta um. “Compre meu produto”, fala o outro. BUZINAS. GRITOS. “De onde você é?, perguntam cinco pessoas diferentes. Cambaleante, o cara continua a andar, mas até agora não percorreu cinco metros. BUZINAS. GRITOS. Dor de cabeça.

Nada me irritava tanto quanto o barulho. Em especial o da buzina. Se no Brasil uma buzinada um pouco mais longa equivale a pior das ofensas, na Índia nada mais é do que um “me dá licença, que agora eu vou passar”. Eles buzinam para tudo. Para pedir passagem. Enquanto fazem a ultrapassagem. Depois que ultrapassaram. Quando estão sozinhos na pista e não tem nenhum carro para ser ultrapassado. A buzina é um barulho tão inofensivo que letreiros dizem “Buzine por favor”, na traseira de vários caminhões. BUZINAS. GRITOS. Conselho número 3: Vai visitar a Índia? Leve um tapa-ouvidos.

Noção de espaço pessoal

Eu estava dentro de um trem, numa das várias viagens que fizemos pelo país. Era uma classe mais cara, que tinha ar-condicionado, camas confortáveis e cobertores. E o melhor: garantia de camas individuais, sem ninguém invadindo o seu espaço. Peguei meu computador para assistir a um filme.

“O que você está vendo?”, perguntou o indiano que estava na cama do outro lado.

Tirei os fones de ouvido. Pausei o vídeo. Olhei para ele. “Um filme”, respondi.

Coloquei os fones. Peguei o computador. “Qual filme?”, perguntou o indiano. Fingi que não ouvi.

Um segundo depois ele estava tentando se sentar ao meu lado, na minha cama-que-seria-individual, e perguntando insistentemente: “Qual filme? Qual filme? Qual Filme?

A noção de espaço é muito diferente por lá. Os homens andam perto uns dos outros, encostam uns nos outros. Invadem o tempo inteiro o que seria o seu espaço, pelo menos aqui no Brasil. E perguntam. O tempo inteiro, coisas que nós consideramos indiscretas. “Quanto você ganha? É casado? Qual filme? Qual filme? Qual… AHHHHHH!

Como ter noção de espaço quando seu transporte público é sempre assim?

Calma. Conselho número 4:  Tente não se irritar com perguntas indiscretas ou com gente invadindo o seu espaço.  É um país com quase um bilhão e 300 milhões de habitantes. É claro que a noção de espaço é diferente. Seja compreensivo.

Comida indiana

Muita gente acha que o maior problema é não ter carne na alimentação diária. Engano: isso incomoda pouco. Além do mais, é possível achar carne na Índia. Em algumas cidades, de maioria muçulmana,  até mesmo carne de vaca. O problema mesmo é a pimenta. Se você não curte, aprenda o mantra: no salt, no massala, no chilli. E tenha certeza que mesmo a comida não apimentada será picante para você, embora o cozinheiro indiano jure que não tem pimenta nenhuma ali. E muito provavelmente a língua dele, acostumada com os temperos, não sentiria mesmo pimenta nenhuma.

Superado o problema com a pimenta, há a diferença da alimentação em si. Nada de lasanha congelada. Nada de comida para forno micro-ondas comprada no hipermercado. Na realidade, muito provavelmente nada de hipermercado para comprar comida. Para quem vai só visitar o país isso pode ser interessante, afinal conhecer a comida de um lugar é uma etapa importante na hora de turistar. Mas experimente ficar seis meses com essa alimentação. Você vai sentir mais falta do arroz com feijão do que da carne. Conselho 5: Quando se cansar da comida indiana tente a afegã. Ela salvou nossas vidas.

Barganha

Se alguém te disser que o críquete é o esporte nacional da Índia, diga “truco”. Certamente o críquete lota estádios e causa uma comoção comparável a que temos com o futebol, mas todos sabem que o esporte nacional indiano é a barganha. Para os escolados funciona assim:

Você está numa feira quando vê um artesanato fantástico numa barraquinha. Se aproxima do local e, sem olhar para o produto e com cara de total desinteresse, pergunta –“Quanto é essa porcaria isso?”

“ É um produto raríssimo, original da caxemira. Três mil rúpias”, responde o proprietário.

“O que, meu amigo, eu moro aqui. Aquilo não vale nem cinco rúpias.”

E começa o jogo. Se comprador e vendedor saírem furiosos depois da venda, é a prova de que o preço foi o justo e deu empate. Caso raro. Ok, isso parece divertido num primeiro momento. Mas vai por mim: quando você tiver que barganhar para tudo, até para comprar uma garrafa d’água, você vai se cansar. O vendedor não, já que para ele isso é normal. Conselho 5: Treine sua sua capacidade de barganhar. Temos um guia completo sobre isso.

Roupas

Um estrangeiro chega na Índia e tenta se vestir como os locais. Para isso, ele usa sua melhor camisa indiana, comprada pela internet. O problema é que nós pensamos que os indianos costumam usar isto:

 

Mas na realidade eles usam isto:

Troll face. Você foi enganado pelos ocidentais, gente que acha que sabe o que a Índia é. A realidade é outra – mulheres indianas raramente usam roupas que deixem as pernas ou os ombros descobertos. Muitas delas usam o tradicional Sari. Homens quase nunca usam bermudas. E definitivamente não usam essas camisetas com elefantinhos. Na realidade, a vestimenta do homem indiano, pelo menos no norte do país, raramente varia do conjunto camisa social + mais calça. Quando muito, inclui uma camisa social dentro da calça. Assim:

E isso até na moda praia, como você pode ver na foto. É claro que nada impede que você use sua camisa com elefantinhos – é até muito fácil achar esse tipo de roupa em cidades turísticas. Mas tenha em mente que essas peças são feitas pensando em você, caro ocidental, e nenhum indiano vai acompanhar a moda.

Além disso tudo, ainda existe a diferença religiosa, afinal a Índia está bem longe do mundinho cristão a que estamos acostumados. Tem maioria hindu, mas também milhões de muçulmanos e sikhs. Isso significa que sai o Cristo, entra o Shiva Redentor. Ou o Ganesha. E  outros costumes e crenças. Mas essas diferenças são bem menos impactantes, pelo menos diretamente. O pior mesmo é a buzina.

Vai viajar? O seguro de viagem é obrigatório em dezenas de países e indispensável nas férias. Não fique desprotegido na Índia. Veja como conseguir o seguro com o melhor custo/benefício para o país – e com cupom de desconto.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

Ver Comentários

  • Oi Rafa hahaha adorei o seu texto! Em Dezembro estou partindo prum intercambio social rumo à Índia. De verdade o seu texto fez tudo parecer menos preocupante e mais divertido hahahaha.

    • Fico feliz, Maria. :)

      Era a ideia: quero realmente que as pessoas coloquem a Índia no roteiro. As diferenças fazem parte do pacote dessa viagem, que é incrível.

      Abraço.

  • rafael, estou morando em jaipur e esse post 'e a minha vida hahahahahahah meu deuuus que panico o barulho!!!!

  • Simplesmente, amei o seu texto. Sempre tive um certo receio com a Índia, mas depois de ler esse texto me deu vontade de partir amanhã pra lá.

  • Rafael estou morando na India e chorei de rir com sua materia, é tudo verdade! hahahaha. A India é um lugar incrivel, mas com uma adaptação muuuuito desafiadora. Já não aguento mais paneer, naan, chapati...quero arroz, feijão, bife e batata frita! hahahaha

    • hahaha

      Vai ser uma experiência incrível pra você, Michele! Juro que volto, não demora. Mas dessa vez como turista.

      Abraço.

  • Que bacana, mas se não fosse pelos comentários eu não teria acreditado em nada, diante de um texto meio cômico. Eu tenho muita vontade de morar na Índia. Minha mãe morou lá um ano. Eu gosto de bagunça masculina, pois sou de Salvador, e lá a gente também mija em tudo quanto é lugar; é como uma cultura do soteropolitano. Claro que deve ser mais sujo ou limpo. Sou quase vegetariano. Sei que lá eles consideram os animais sagrados. Será verdade mesmo? Eles são em maioria vegetarianos? Meu maior medo é essa tal de intoxicação alimentar. Já tive uma em 2002, imagine há quanto tempo, e até hoje tenho pavor. Você disse que lá não tem supermercados. Mas como assim? Onde vou comprar alimentos industriais e enlatados para cozer? Na rua? E a água? Não é tratada? Tenho algumas perguntas e curiosidades. Sobre o comportamento sexual dos homens indianos, como eles se divertem? São tão obcecados por mulheres como os homens brasileiros? Sei que é crime a prática homossexual. Você viu coisas obscenas nas ruas durante à noite? Há boates na cidade? A Índia é muito parecida com os países asiáticos? Posso alugar uma casa por lá? Será que eles vendem botijão de gás? Você conheceu algum brasileiro residindo lá? É muito quente? Chove? Tem muitos pedintes assim? Dizem que não há assaltos, só furtos, é verdade? Você ficou na capital ou conheceu outras cidades? Todas as comidas são picantes como os acarajés de Salvador? Há hospitais públicos na cidade? Você sabe me dizer se existe Vigilância Sanitária na Índia? Com mil e quinhentos reais eu passo um mês? E uma última pergunta: quantas horas de voo você enfrentou? Você fez amizade com algum (a) indiano (a)?

    • Nossa, Bruno. Muitas perguntas. hahaha. Olha, vou responder e tentar te ajudar, mas leia também tudo que já publicamos sobre a Índia. São mais de 100 textos, mas tem tudo isso (e muito mais) neles. Estão aqui: https://www.360meridianos.com/india

      O texto é cômico, mas é verdadeiro. A questão é que é datado também: saí da Índia em 2012. Naquela época o governo começava a liberar a presença de hipermercados estrangeiros no país, tipo o Carrefour. Não sei como estão as coisas hoje. Na época eu vi somente um supermercado, de uma marca indiana, durante os meses que morei lá. Fazia compras em mercadinhos de rua - e achava de tudo, inclusive produtos industrializados, nesses lugares.

      Eu morei em Chandigarh, a capital de um estado no norte do país. Mas viajei pela Índia inteira. E sim, conheci muitos brasileiros vivendo lá e fiz amigos indianos lá. Uma forma de ir é com a AIESEC, organização que oferece trabalhos voluntários e remunerados na Índia.

      É o país mais vegetariano do mundo, mas é possível achar carne de frango com facilidade. Em algumas cidades dá para achar até carne de boi. Chove, é quente, principalmente na época das monções, mas também é frio e neva. Parte do Himalaia está na Índia. A cidade em que morei era bem fria no inverno.

      Há hospitais, mas o ideal é ir com um seguro de saúde, que te dá atendimento na rede particular. A Luiza, que escreve o blog comigo, foi parar em hospitais algumas vezes. E sim, a intoxicação alimentar é muito comum. Quase todo mundo tem, principalmente quem fica por grandes períodos.

      Acho que esse dinheiro dá sim. Eu vivia com 300 dólares por mês. Pagava aluguel, contas e viajava com esse dinheiro.

      Abraço.

      • Acho que eu estava meio bêbado quando fiz essa pergunta. Muito obrigado pelo esclarecimento. Minha mãe nunca conversou comigo sobre a Índia, ela foi em 1999, com missão espiritual, é seguidora do guru Sai Baba. Lembro que na época eu tinha 15 anos e ela trouxe muitas roupas falsificadas da Nike e tênis da Adidas, e incensos indianos, parece que lá tem muitas indústrias que falsificam marcas. Era muita roupa mesmo, e de qualidade. Pena que não posso viajar agora por causa do meu curso e ainda tenho 5 filhos felinos. Abraço.

  • Olha eu de novo.. hahaha

    Estou comentando varios posts.. DESCULPA!!!

    Mas é porque antes de vim morar na Índia eu já lia o blog de vocês. Até mesmo para outras viagens usei dicas de vocês. Como parte de uma viagem que fiz para Argentina por exemplo. Através do blog tomei umas coraens loucas e fui rodar no noroeste da Argentina.. LUGAR INCRIVEL... Enfim sempre li sobre a india mas nunca tive a oportunidade.. MAs em Março vim uma vaga pra trabalhar em Delhi em uma agencia de turismo. Atraves da Aiesec. Desde então a vida mudou.. aplicar pra vaga, entrevistas, passar na entrevista, comprar passagem seguro, VISTO.. e enfim chegar aqui depois de uma LUTA feia. Agora lendo novemente o blog consigo ilustrar melhor as coisas.. É diferente ler os mesmos textos agora estando aqui. em um mês aqui já vi tanta coisa já passei por tanta coisa que é dificil falar.. é amor e odio surreal que sinto por esse lugar.. ainda estou meio homesick.. mas confiante que vai dá certo e vou absorver muita coisa desse país. Vou ficar um ano até então. OBRIGADO GENTE.!!! e não briguem comigo.. vou comentar mais...

    • Comente quantas vezes quiser, Felipe. Ficamos muito felizes! E que ótima sua história, tanto no noroeste da Argentina (que é mesmo incrível) quanto na Índia. Mande notícias daí! Quero muito voltar.

      Abraço.

  • Eu li todos os posts sobre a India de ponta a ponta antes de vir pra cá, inclusive esse. Mas nada nessa vida nunca fez tanto sentido pra mim quanto ler esse texto hoje, uma semana depois de ter chego em Delhi e ter passado por 875 experiencias de quase morte no transito, so entrar num restaurante se ele servir Afghani chicken e quase ter virado almofada pra uma indiana que praticamente sentou no meu colo ontem pra tirar foto num banquinho que eu tava sentada no Red Fort em Agra sem nem falar um mero "excuse me".
    Nao sei se mais amo ou odeio esse pais!

    • haha! Provavelmente você sente as duas coisas ao mesmo tempo, Gabi. :)

      Abraço e aproveite a Índia.

  • Rafael, amei teu texto!
    Encontrei teu post numa pesquisa sobre cultura da Índia, tenho um canal de nail art no youtube e preparei um tutorial inspirado nesse país! Amo historias como a tua, fiz intercambio na Irlando no mesmo periodo que vc estava na India, se pudesse viveria rodando o mundo! Parabens pelo texto, me senti vivendo tuas experiencias (claro que a parte da bosta foi meio intensa huahuahua). Um dia ainda vou visitar a ìndia! Abraço!

    • hahaha! A parte da bosta foi intensa, mas é um país incrível. Tenho muita vontade de voltar.

      Abraço e obrigado pelo comentário. Cibele.

  • Olá Raphael, descobri vocês em março, comprei o livro que se tornou uma biblia.
    Comecei a planejar a viagem desde aquela data e . . . o dia chegou: vou ficar um mês na Índia via Dubai. Decidi montar um blog e relatar minha experiência. O endereço está no Site. É a aplicação prática dos ensinamentos do https://www.360meridianos.com/
    gd abç

    • A Índia é um país incrível. Essa é, inclusive, a conclusão do texto.

      Se eu fosse você não riscava da sua lista não, Ana. Até hoje é o país que mais impactou na minha vida de viajante. E olha que viajei bastante. :)

      • Eu devo ser péssima em interpretação de texto então, pois pelo seu texto, minha conclusão foi que realmente o país é horrível. Mas gostei das informações.

        • Tá tudo no texto: "Lotada, caótica, suja e confusa. Ao mesmo tempo, diferente, interessante e bela".

          "Selecionamos aqui algumas das primeiras impressões que tivemos do país, coisas que fazem muitos viajantes desejarem sair correndo de lá. Se isso acontecer com você, tenha calma. Superado o susto inicial, a Índia se revela um lugar incrível. Uma experiência que certamente muda a vida das pessoas, embora não exatamente do jeito que elas esperavam".

          Abraço.

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