Eu e os animais nunca nos demos muito bem. O problema é que, desde criança, sei lá se por trauma ou coisa do tipo, sempre tive medo deles. Cachorro, gato, vaca e até galinha conseguiam me assustar. Cresci e fui aprendendo a superar esse medo. Até consigo sentar do lado de um cachorro e passar a mão nele. Porém, se eu estiver andando na rua e um poodle latir para mim não penso duas vezes e mudo de calçada.
Isso pode gerar momentos de verdadeiro pânico. Primeiro porque como eu não sei interpretar direito o comportamento dos animais: não sei quando um latido é amigável ou será seguido de mordidas. Segundo, é que dependendo da situação, eu ligo o modo terror, que significa correr pela minha vida. O problema é que os animais entendem essa corrida como “Opa! Vou correr atrás dessa menina”.
Mas o que essa história tem a ver com viagem? Bom, se você leu o título, já deve estar suspeitando o que vem a seguir. Estávamos no Nepal, em Pokhara. Para ser mais específica, subindo um monte em direção ao Templo da Paz, também conhecido como Shanti Stupa. Era uma caminhada de 40 minutos, com uma vista linda do Himalaia. Subíamos e conversávamos animadamente sobre qualquer assunto que hoje em dia não tem mais importância.
Essa era a vista pacífica que tínhamos
Estávamos passando por uma área perto de uma casinha, que estava a nossa frente. Acima de nós, um grupo de meninos brincava com uma bola. Tudo tranquilo e bucólico. Até que ela veio. Não sei quem viu primeiro e gritou para os demais: “Tem uma búfala vindo em nossa direção!!”.
Eu não sei se você já viu uma búfala ao vivo. A gente já estava acostumado com essas vacas anabolizadas e chifres enormes, depois de uma temporada longa na Índia. Acontece que eu nunca tinha visto uma búfala furiosa correr em minha direção. E eu nem podia gritar: “Fujam para as colinas!!”, porque eu já estava na colina e a búfala estava subindo ela.
Em questão de segundos, o bicho que estava no pé da montanha já tinha nos alcançado. A Aline (nossa colunista de gastronomia) estava mais próxima à casinha e correu até lá. A Naty, que sabe lidar melhor com situações de animais furiosos do que eu, ficou paradinha friamente enquanto a búfala passava por ela, só pulando para o lado para abrir caminho.
Eu, em total estado de pânico, tentei correr para cima, mais ao alto, em direção onde os meninos estavam. O Rafa, como um bom amigo (ou uma pessoa muito doida), correu atrás de mim e se postou entre eu e a búfala, para me proteger #grifinóriafeelings. O problema é que quanto mais tentávamos subir, mais rápido e mais furiosamente a búfala vinha em nossa direção.
Um close na furiosa búfala nepalesa
Felizmente, em momentos de pânico, eu escuto vozes de comando. Nesse caso, as vozes vieram da Naty e da Aline. A Naty gritou: “Luíza, para de correr agora!” e a Aline disse: “Gente, tem um filhote ali em cima, a búfala quer proteger ele!”. Com isso eu parei, o Rafa parou na minha frente e a búfala cruzou a gente com um ar de desprezo e se postou ao lado do seu filhote desgarrado, para protegê-lo dos meninos que jogavam bola.
Depois dessa cena, os donos da búfala vieram rindo contar que o filhote estava ali. Tudo que eu queria fazer era gritar com eles: Por que vocês não avisaram antes??? Mas nós só seguimos nosso caminho montanha acima.
Moral da história: no Nepal, cuidado com as búfalas que escalam montanhas. Ah, e se um bicho correr em sua direção, seja no Nepal, na França ou do lado da sua casa, lembre-se de mim e fique parado. Nem sempre você vai ter um Rafa para te proteger.
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Isso me fez lembrar de todas as vezes que corri de cachorros. kkkkkkkk’ Vou lembrar dessa dica de ficar parado da próxima vez que algum animal vir atrás de mim.
De mais, ri muito!
Oi Bruna, eu tb corro dos cachorros, hahahahaha
é difícil ficar parada na hora do pânico!
bjs
sauhsauhsauhas Muito engraçada a história, ri muito aqui.
kkkkkkkkkkkkk ri demais com essa matéria!!
=) Valeu Yasmin