Quando fomos ao Nepal, eu reparei que várias barraquinhas em Katmandu vendiam colares, brincos e pingentes numa pedra azul-turquesa muito bonita. Um dia saí para passear pela cidade com a Aline (a nossa colunista de gastronomia) e encontrei um no formato que eu queria, com o olho do Buda gravado em dourado. Tive certeza que era essa lembrança do Nepal que eu queria. Claro, como mandam as regras da barganha, não mostrei muito interesse de cara. No meio da negociação, a simpática nepalesa fez uma oferta muito inusitada: ela disse que me daria o desconto se eu me casasse com o filho dela!
Acabei recusando o pedido de casamento, mas consegui um desconto bom. Até hoje, quando uso meu pingente, me lembro dessa história e do Nepal. Esse foi um dos pouquíssimos souvenirs tradicionais que comprei para mim como recordação de viagem. Além disso, adquiri um chaveirinho de elefante, tradicional no norte da Índia. Minha mãe, claro, reclamou que eu não trouxe mais lembrancinhas.
Não é comprando algo que não signifique nada de especial que você vai guardar uma lembrança boa da sua viagem. Outro dia a Silvia, do Matraqueando, postou no Facebook uma piada sobre gente que vai à Bahia, compra um berimbau e depois deixa lá encostado. Tenho um amigo que certa vez foi ao México e trouxe um sombrero enorme, que deu o maior trabalho para trazer no avião, na volta. E vocês já devem imaginar o que ele fez com isso depois, né? Nada!
O Rafa fez um post excelente sobre como nós aprendemos que viajar e comprar não são verbos que precisam andar juntos. A primeira dissociação precisa ser feita nessa nossa mania de achar que comprar uma coisa sem o menor valor sentimental ou sem utilidade no futuro vai nos lembrar com carinho do lugar que visitamos. Acho que a primeira coisa a fazer antes de comprar a tal da lembrancinha é pensar: “Isso serve para mim na vida real?”, “eu usaria isso?” e, finalmente, “eu vou me arrepender de não ter comprado isso, ou será que vou me arrepender de ter que carregar depois?” São critérios bem subjetivos, mas é interessante fazer essa reflexão antes de comprar no impulso, naquele momento em que o simpático vendedor te oferece até casamento junto com a bugiganga.
Além disso, existem outras formas de guardar recordações que não são compradas. Desde a minha primeira viagem internacional, por exemplo, eu passei a colecionar mapas e papéis das cidades onde estive. Eu acabo acumulando um monte de lixo no processo, mas gosto de guardar ingressos, os mapas meio surrados que uso para me localizar (e me perder) por aí e alguns outros papéis. “Tá, e o que você faz com isso depois?”, alguns podem se perguntar… Bom, eu tento montar um álbum de fotos especial.
Meu intercâmbio nos EUA rendeu um álbum que eu tenho muito orgulho. Porque, junto com a papelada recortada, imprimi as fotos dos momentos que mais me marcaram. Dá um trabalho imenso selecionar quais são as imagens que vão contar a história da sua viagem. Tanto que até hoje, quase um ano depois, ainda não consegui editar as quase 28 mil fotos que tiramos durante a viagem de volta ao mundo e montar meu álbum de recordações. A Naty até começou, mas não finalizou o dela.
Uma vez pronto, é muito bom rever os momentos da viagem num livro que pode ser mostrado para seus amigos. E, quem sabe um dia, para seus filhos e netos, quando provavelmente não existirá mais o Facebook no mundo.
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Luiza, posta mais fotos do seu álbum, fiquei curiosa.
Também guardo todos os mapas de viagens e um tanto de outros papéis….e não sei o que fazer com isso.
Oi Leticia, vou tentar postar mais fotos (meu álbum no momento está nos Correios, sendo transportado de SP para BH).
Eu guardei muitos papeis da volta ao mundo, mas acabei não me animando a fazer outro álbum, acaba que eu esqueço de organizar as fotos e imprimir. Mas toda vez que vejo o livro dos EUA fico orgulhosa e me arrependo de não ser mais organizada!
Oi Luiza! Comecei acompanhar o blog tem pouco tempo e estou gostando bastante do conteúdo. Me identifiquei com este post, pois tenho mania de guardar tudo que acumulo na viagem, desde de passagens até roteiros de locais visitados. Mas na verdade as maiores recordações são guardadas no coração e a experiência da vivência em outros lugares. Mediante da tecnologia dos tempos atuais, as fotos acabam ficando em pasta no computador e acaba que não revelamos e montamos os álbuns. Vou aproveitar o feriado do carnaval para descansar e amontar o meu rsrs. Parabéns, o blog é show! Vlw
Oi Yuri,
É verdade, a maioria das recordações está na minha cabeça ou no meu computador. Mas é bem legal ter tempo de montar um album físico.
Obrigada e abraço!
Ola Luíza
Acabei chegando aqui pulando de teia em teia nessa grande web! Muito legal! Estava procurando sobre calçados para usar na neve pois vou ao Chile e vou ter meu primeiro contato com ela! Vai ser muito bom se eu estiver bem preparada pois sou muito friorenta como vc! E se vc agoentou eu vou ter esperança tb! Mas depois que li seu post sobre os cuidados na neve, começei a espiar seus outros posts e adorei este de recordaçoes de viagens!
Eu tb junto tudo, billet, recortes, entradas de shows, guardanapos e uma infinidade de florzinhas e folhas, sementes e pinhas! E as coleciono de uma forma bem criativa, como um grande scrap book , tudo coladinho e enfeitado num grande album em espiral! Cada viagem tem seu scrap e anexo tb algumas fotos!
Adorei seu blog e vou recomendar sim as minhas filhas e amigos!
Bon voyage
Patty
Oi Patty!
Fico muito feliz que você tenha gostado do blog.
Boa sorte com o frio e volte mais vezes =)
As recordações de viagem são mesmo um dos melhores momentos para nos lembrarmos daquele momento especial. Eu infelizmento digo sempre que faço um album com tudo o que trouxe mas os destinos são tantos e as fotos aos milhares que tenho uma gaveta do escritório (bem grannndeeee)cheia de msterial para um dia me aventurar e dar o destino que merece. Quanto a recordações fisicas gosto sempre de trazer alguma peça de artesanato local, agora com casa nova e sala enorme quase vazia é sempre mais um motivo para decorar a nova casa
Oi Luffi,
Vc está igual eu, ocupando um monte de espaço no armário sem ainda ter montando um álbum. Mas um dia, quem sabe, nos organizamos.
Ainda não tenho uma casa para decorar. Se tivesse, gostaria de ter comprado máscaras de todos os lugares que visitei para montar uma parede bem pitoresca.
bjs
Como fotógrafa que sou, sempre monto albuns, às vezes demoro séculos para escolher, mas é um compromisso pessoal que tenho comigo mesma.
Outra coisa, eu compro algum livro de um autor preferido do local para tentar ler depois. E adoro deixar eles na pratilheira, sempre que olho eu lembro da viagem 🙂
Beijos
Ah, Silvia… mas eu não faço “rapidinho”… Demoro também, mas é um compromisso comigo mesma! rs
E adooooro montar!
Preciso adotar essa idéia do livro… Gostei! 😉
Ei Silvia, o dos Estados Unidos eu fiz mais rápido porque comprei o álbum lá mesmo. Agora o da volta ao mundo eu ainda estou enrolando. Mas é isso, tem que criar um compromisso, se não, não sai…
Legal essa ideia do livro! Eu ganhei de aniversário da Aline (nossa colunista de gastronomia) um livro de poesias do Neruda, para lembrar nossa viagem para o Chile.
bjs
Ah meninas fica legal o Album né?
Eu faço tantos os álbuns normais antigos e até os fotolivros, o bacana é que todo mundo quer ver depois, porque não coloco aquelas fotos sem sentido, coloco poucas e especiais sabe? (Acho que é por isso que é tão difícil separar, rs).
Eu comprei um livro do Cortazar quando fui pra Argentina, comprei um pequeninho para não ocupar muito espaço 🙂
Um erro que cometi quando fui pra Porto Alegre foi comprar uma cuia! Virou decoração em casa, porque usar, usar mesmo pro mate eu nunca usei então acho que não compraria novamente.
Adoro o blog!
Beijos
Eu “coleciono” minhas viagens de uma forma semelhante à sua, mas faço um álbum no estilo fotolivro. Escaneio os ingressos, monto as fotos, coloco relatos junto, e tudo fica como um diário, só que impresso, encadernado e com capa dura, como um livro! Qualquer um que pegue esse álbum para ver, consegue viajar comigo. E eu, claro, cada vez que abro um álbum, viajo mais uma vez…
É um grande hobby! 😉
Que legal Daniela, muito criativo. Deve ficar lindo. Queria ter esse talento, rs
Vc tem outros talentos, oras!
Mas é só baixar os programas de diagramação e ter paciência. Fica bacana o resultado! 😉
Haha, eu também guardo todos os “papéis” e as moedas.
É uma forma interessante de lembrar…
acompanho o site há algum tempo..mas é meu primeiro comentário..
muito legal sua ideia do album com mapas e tickets…tb sou do tipo que guarda essas coisas (mapas usados, tickets de avião, onibus, metro, nota fiscal de algumas compras e lugares..hehe)
desde minha primeira viagem internacional em 2011 para NY, fiquei pensando no que levar de recordação..algo q pudesse se juntar com outras viagens futuras…infelizmente não me veio a ideia na 1ª viagem e acabei trazendo coisas q uso (bola de futebol americano, bone e taco de baseball) de NY…ha poucos dias voltei da das ferias q fiz, passando por Argentina (BsAs), Chile (Santiago, Ilha de Pascoa) e Peru (Lima, Cusco e Machu Picchu), nessa viagem estava comigo uma mochila (q comprei em NY) e me acompanha em tudo…resolvi então comprar pins dos lugares q vou e colocar na mochila…
e em Machu Picchu ja aconteu algo engraçado (não tanto q sua proposta de casamento..hehe)..mas na saida de Machu Picchu um vendedor viu os pins na minha mochila e queria pq queria um dos pins q tinha, me ofereceu o q eles estava vendendo como troca, falou q colecionava pins e tals…mas como era algo de lembrança das viagens insisti q nao tinha como vender/trocar ele.
Oi Rodrigo, eu adoro essas mochilas cheias de pins. Como viajo mais com mala, acabei não levando esse tipo de lembranças. ps. essa sua história do Machu Pichu é genial! haha, adorei