O que fazer em Tessalônica, Grécia

Eu já contei para você a milenar história de Tessalônica, a segunda maior cidade da Grécia e capital da região da Macedônia Grega. Toda essa história já é um incentivo e tanto para conhecer a cidade. Afinal, muitas vezes a gente esquece que a Grécia é muito mais do que suas belas ilhas e que vale muito a pena separar uns dias para explorar o norte do país.

Além disso, Tessalônica também é a cidade do país com a população mais jovem e, consequentemente, vida noturna mais animada. E, para completar, os diferentes povos que habitaram a região ao longo dos anos trouxeram consigo uma dezena de tradições culinárias, o que faz com que você encontre por ali alguns dos pratos mais deliciosos da culinária grega.

Segue aqui um guia com as atrações e passeios mais legais para fazer em Tessalônica e arredores, seja durante o dia ou noite.

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Atrações do período Bizantino

Na região do promenade, à beira do mar, fica a Torre Branca, uma construção do século 16 e a única torre de defesa que sobreviveu em pé na região onde ficavam os muros da cidade, que foram demolidos em 1867. Hoje, a torre é símbolo da cidade. Tem seis andares e foi transformada em museu.

A outra parte dos muros que sobreviveram ficam na cidade velha, também conhecida como Ano Poli. Essa região fica no alto de um morro e tem um visual bem diferente do resto da cidade: ali, as casinhas são pequenas e de pedra, as ruas estreitas.

Também é ali no alto que ficava a Cidadela Bizantina e parte do muro que sobreviveu. Essa área histórica manteve sua configuração porque não foi afetada pelo grande incêndio que destruiu praticamente todo o centro da cidade, em 1917.

Além disso, espalhadas na cidade existem algumas igrejas construídas entre os séculos 5 e 14, como a Igreja São Demetrius, o santo patrono da cidade. Foi construída no século 7, acima de ruínas de antigos banhos romanos. Porém, teve que ser reconstruída após o incêndio. Felizmente, belos mosaicos sobreviveram, assim como as relíquias do santo. É possível visitar a igreja e suas criptas. Outra igreja é a de Santa Sofia, do século 8, que fica acima das ruínas de uma basílica ainda mais antiga. Dentro há mais mosaicos bonitos.

Centro da cidade e beira mar

Bem no centro de Tessalônica fica a Praça Aristóteles, que foi planejada por um arquiteto francês após o incêndio. Com isso, também foi redesenhada toda a região beira-mar, com prédios elegantes e com arcos e colunas que combinavam com as antigas tradições das construções bizantinas.

Esse promenade beira-mar se estende por 4,5 km, que vão do antigo Porto da cidade até o Concert Hall. Essa área do Porto, inclusive, é um importante ponto de encontro, seja durante o dia, com as pessoas aproveitando o sol e a paisagem, ou durante a noite, quando fica lotado de jovens.

Por ali também fica um Museu de Fotografia e alguns restaurantes legais. Aliás, o que não faltam são museus em Tessalônica, dos históricos, como o Museu Arqueológico, ao Museu de Ciência e Tecnologia. Cinema, artes e artefatos antigos estão expostos nas dezenas de espaços abertos de Tessalônica.

Outro passeio imperdível (pelo menos para mim, rs) no centro de Thessaloniki é explorar os mercados, que vendem carnes, peixes, frutas, vegetais, castanhas e diversos produtos típicos. Eu fiz um tour guiado por três mercados (Modiano, Kapani e Athonos) e algumas lojinhas tradicionais e gostei bastante. Mais informações aqui (o tour é em inglês).

Atrações do período Romano

Boa parte dos monumentos do período romano em Tessalônica acabaram sendo convertidos em outros prédios ao longo dos séculos. Uma das construções mais antigas da cidade é a Rotunda. Construída pelo Imperador Galério, em 300 d.C., como um templo dedicado a Zeus.

Claro, durante o período bizantino foi convertida em Igreja Católica e na dominação turca foi transformada em Mesquita. Mas ainda assim conserva seu grandioso espaço interior, que lembra um pouco o Panteão. A torre da mesquita que foi construída em 1590 é a única que restou.

Ali perto fica o Arco do Triunfo e as ruínas do Palácio de Galério. Pelo tamanho das antigas construções dá para se ter uma ideia do poder do imperador.

Atrações do período Turco Otomano

Entre as construções do período Otomano, é possível visitar os banhos turcos de Bey Hamam, construídos em 1444 pelo sultão e um dos mais importantes de toda a Grécia. Por dentro é possível ver como era a estrutura luxuosa desses banhos, com as divisões entre homens e mulheres e as estruturas centrais de reserva de água. Já a Alaca Imaret é uma mesquita que também servia como caridade para os pobres e uma escola religiosa. Foi construída em 1484 e ainda está bem conservada.

Programas noturnos

Talvez eu tenha gostado tanto de Tessalônica porque ela é, de certa forma, a Belo Horizonte da Grécia: ou seja a cidade com mais cafés e bares per capita da Europa!! Lá tem uma vida noturna muito diversa e sempre animada, de segunda a segunda.

Se você não quer errar, o primeiro lugar para ir é a região de Ladadika, um distrito histórico que antigamente era onde se vendia o azeite vindo do porto, mas hoje é onde se encontra a maior concentração de bares, boates e restaurantes da cidade, a maioria deles típicos, com a população local curtindo a noite e com os gregos dançando e bebendo entre as mesas.

Se você não encontrar o que procura em Ladadika, não tem estresse: praticamente todas as ruas nos arredores da praça Aristóteles, em especial as ruas fechadas para pedestres, ficam lotadas, com bares que vão do mais chique e metido a besta ao botecão copo sujo. Outra região para ver gente na rua é a beira do antigo porto, que eu já citei antes.

Passeios legais nos arredores de Tessalônica

O legal de Tessalônica é que a poucos quilômetros de distância existem diversas coisas interessantes. Em primeiro lugar, as praias da península de Halkidiki. São centenas de praias lindíssimas, de água transparente e calmas, beach bars e um monte de restaurantes bons.

Para quem prefere programas mais aventureiros, há o Monte Olimpo, aquele mesmo, que na mitologia era conhecido como a casa dos deuses. Para escalá-lo, a base é a cidade de Litochoro. Outro lugar para fazer trilhas é a região onde nasceu o filósofo Aristóteles. Há várias rotas de trilhas nas fronteiras da região de Mt. Athos, um distrito monástico onde mulheres não podem entrar. Mas, felizmente, há circuitos fora da zona que exclui as moças.

Para visitantes que gostam de história, vale a visita a Pella, local de nascimento do Alexandre, o Grande, e antiga capital da Macedônia. Também é interessante ir até Vergina, que foi a primeira capital do antigo império e onde ficam as tumbas reais.

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Luiza Antunes

Luiza Antunes é jornalista e escritora de viagens. É autora de mais de 800 artigos e reportagens sobre Viagem e Turismo. Estudou sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal Atualmente mora na Inglaterra, quando não está viajando. Já teve casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitou mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza no Instagram.

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