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Roteiro de 7 dias pela Chapada dos Veadeiros

Colocamos a bagagem no porta-malas, ligamos o GPS e deixamos a capital federal. Nosso grupo tinha chegado em Brasília no dia anterior e aproveitamos para conhecer a cidade. Depois disso, enfrentamos os 260 quilômetros que separam Brasília daquele que era o foco da viagem: a Chapada dos Veadeiros, em Goiás.

Passamos uma semana numa região repleta de cachoeiras, cenários fantásticos e que é perfeita para uma road trip. Vamos montar seu roteiro pela Chapada dos Veadeiros? Para te ajudar nisso, vou detalhar o nosso.

Dia 1 – De Brasília para Cavalcante

Embora seja possível ir de ônibus, recomendo fortemente que você vá de carro. Éramos seis pessoas, por isso alugamos dois veículos simples, 1.0 e com ar-condicionado, ainda no aeroporto de Brasília. O carro também foi muito útil para conhecer os principais pontos da capital federal, mas se mostrou indispensável na Missão Chapada. Não ficou caro: o aluguel custou pouco mais de R$ 300 por pessoa, incluindo os seguros, para nove dias. Recomendo a leitura do texto em que explicamos como alugar um carro com o melhor custo/benefício.

Nós dividimos nosso roteiro pela Chapada dos Veadeiros em duas partes. Fizemos uma base em Cavalcante, que está a 345 quilômetros de Brasília, e outra em Alto Paraíso de Goiás, que está a cerca de 250 km da capital federal. Há atrativos ao redor dessas duas cidades, o que justifica a divisão para quem tem pelo menos uma semana.

Se tiver menos tempo, um fim de semana ou feriadão, por exemplo, pode valer a pena concentrar seus esforços em apenas uma base. Além das duas cidades, São Jorge, um distrito de Alto Paraíso que fica na porta do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, também recebe muitos turistas, sobretudo mochileiros, e pode ser uma alternativa em relação ao centro de Alto Paraíso.

Veja também: Chapada dos Veadeiros, em Goiás: como ir, o que fazer e outras dicas

Onde ficar na Chapada dos Veadeiros, em Goiás

Roteiro na Chapada dos Veadeiros

Mas voltemos ao que importa: a estrada. Para ser específico, a  BR-020, no sentido Formosa. No trevo dessa cidade é preciso pegar a BR-010, sentido Alto Paraíso, que logo, logo vai virar GO-118 – quando isso acontecer é sinal de que você deixou o Distrito Federal e entrou em Goiás. Fizemos a viagem mais longa primeiro e passamos reto na entrada de Alto Paraíso. Pulamos também Teresina de Goiás e, cerca de 3h40 depois de pegarmos estrada, chegamos em Cavalcante. Mas sem condições de aproveitar o dia, já que as principais cachoeiras de Cavalcante tomam o dia inteiro de seus visitantes.

Por isso, aconselho que você saia cedo de Brasília. Uma opção interessante é fazer uma parada na Cachoeira do Poço Encantado (R$ 20), que fica em Teresina de Goiás, aproveitar o lugar por algumas horas, comer em algum restaurante por ali e só depois seguir para Cavalcante, chegando lá no fim do dia. Assim você já terá uma cachoeira fantástica no primeiro dia da viagem.

Cachoeiras da Chapada dos Veadeiros, em Goiás

Cachoeira do Poço Encantado 

Dia 2 – Santa Bárbara e Capivara

Acorde cedo em Cavalcante e vá até o Centro de Atendimento ao Turista, que fica na principal praça da cidade. Lá nós pedimos informações sobre os passeios e contratamos o guia que nos levou até um dos atrativos mais bonitos da Chapada dos Veadeiros, a Cachoeira de Santa Bárbara. Para chegar lá, tome estrada de terra. Você passará pela área de uma comunidade quilombola, ótima escolha para almoçar depois do banho de cachoeira. É só pagar a taxa de entrada (R$ 10) e encarar a trilha. Esse passeio costuma incluir também a Cachoeira da Capivara, que fica mais perto da comunidade quilombola.

Veja também: Cachoeira Santa Bárbara, joia da Chapada dos Veadeiros

Santa bárbara, Chapada dos Veadeiros

Cachoeira de Santa Bárbara

Roteiro pela chapada dos Veadeiros: dia 3

Ainda passamos mais um dia em Cavalcante, tempo que usamos para conhecer a Cachoeira do Poço Encantado. Não, o nome é esse mesmo: essa Cachoeira do Poço Encantado Versão 2  (R$ 20)  fica em Cavalcante, perto do centro da cidade. A outra, que sugeri ser incluída como parada estratégica na viagem entre Brasília e Cavalcante, fica em Teresina de Goiás.

Embora tenha gostado também da versão de Cavalcante, nesse ponto eu mudaria o meu roteiro: acordaria cedo no terceiro dia e seguiria para Alto Paraíso de Goiás. Se optar por continuar em Cavalcante, nesse blog aqui você encontra uma lista com todos os atrativos da região.  Também dá para conhecer a Aracê, a primeira cervejaria artesanal da Chapada dos Veadeiros.

Se resolver voltar para Alto Paraíso, saia cedo. A distância agora é curta – cerca de 90 km. Alto Paraíso tem mais estrutura turística: ali há mais bancos, restaurantes, pousadas e até o sinal de celular funciona melhor. Nesse caso, pode ser uma boa aproveitar o dia em cachoeiras próximas ao centro da cidade e que não envolvam trilhas longas, como a Cachoeira dos Cristais, que está a 8 km da cidade, ou a Cachoeira das Louquinhas, a 3 km de Alto Paraíso. Nesse link você acha uma lista com todos os atrativos ao redor de Alto Paraíso. O preço é o mesmo de outras cachoeiras particulares da chapada: R$ 20 por pessoa.

Chapada dos veadeiros, Goiás

Uma das quedas menores da Cachoeira dos Cristais

Dia 4: Vale da Lua

Reserve esse dia de viagem para outro dos pontos altos da Chapada dos Veadeiros, o Vale da Lua. Também numa área particular, o Vale da Lua fica a 30 km de Alto Paraíso, via GO-239, sendo cinco deles em estrada de terra. Fique atento, já que o aviso é uma placa à esquerda de quem segue no sentido São Jorge. A entrada também custa R$ 20.

Veja também: Como é a visita ao Vale da Lua

Você vai gastar cerca de três horas em todo o processo para conhecer o local. Nós completamos o dia com um almoço em São Jorge, que fica a nove quilômetros do Vale da Lua. Depois, seguimos para a Cachoeira Morada do Sol (R$ 20) e terminamos o dia nas águas termais de Éden e Morro Vermelho (mesmo valor). Outras opções são as cachoeiras São Bento, Almacegas I ou Almacegas II, o Vale das Andorinhas e a Barra das Douradas.

Vale da Lua, Goiás

Vale de Lua

Dia 5: Catarata do rio dos Couros

Meu cantinho favorito da Chapada dos Veadeiros é essa Catarata de 100 metros e repleta de cenários inesquecíveis. Esse é outro passeio de dia inteiro – deixe cedo sua pousada e passe no Centro de Atendimento ao Turista de Alto Paraíso, onde você pode contratar um guia que te acompanhará ao longo do percurso. Espere pagar cerca de R$ 20 por pessoa, preço que varia de acordo com o tamanho do grupo. Não há taxa de entrada na Catarata dos Couros.

Veja também: A beleza da Catarata dos Couros

A distância a partir de Alto Paraíso não é das menores – são 53 quilômetros, sendo 37 deles em estradas de terra. Além disso, há uma trilha de dois quilômetros, leve na maior parte do tempo, mas complicada na descida para a parte baixa da catarata. Por conta disso, o normal é que os guias combinem um almoço em algum restaurante domiciliar da região, na volta do passeio. Curta a noite nos bares de Alto Paraíso.

Catarata do Rio dos Couros, Goiás

Catarata dos Couros

Dia 6: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

Como gastamos o terceiro dia em Cavalcante, na Cachoeira do Poço Encantado de lá, faltou tempo para visitar os atrativos do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros – por isso sugeri que você seguisse para Alto Paraíso depois de conhecer as Cachoeiras da Capivara e de Santa Bárbara.

Como você já percebeu, a maior parte dos atrativos da Chapada está em terrenos particulares. Mas uma grande área de proteção foi formada entre os municípios de Cavalcante (que detém 60% do Parque) e Alto Paraíso (40% da área do parque e a entrada, que fica em São Jorge). E saiba que apenas um dia não será suficiente para conhecer todos os atrativos do parque.

Uma das principais atrações é a Trilha dos Saltos, que tem nove quilômetros, ida e volta. Você verá dois saltos, o primeiro de 120 metros e o segundo de 80 metros de altura. O Blog Seu Mochilão conta como é fazer a trilha, que pode ser ampliada em três quilômetros e incluir também as Corredeiras. Espere gastar entre seis e sete horas no passeio.

Mas o passeio que eu gostaria mesmo de fazer é para o Mirante da Janela, que tem uma vista incrível dos saltos. A trilha é maior – 16 quilômetros, ida e volta – e o nível de dificuldade é alto. Veja um relato sobre a caminhada até o Mirante da Janela no blog Compartilhe Viagens – a foto que abre o post deles já explica os motivos para querer chegar nesse local.

Dia 7: Mais cachoeiras e retorno para Brasília

Nós voltamos para Brasília depois do almoço, mas antes aproveitamos a manhã nas cachoeiras mais próximas de Alto Paraíso (fomos na Louquinhas). Além das opções já citadas no texto, nessa lista aqui você encontra alternativas que ficam perto da cidade. Aí é só empacotar tudo e voltar para a capital federal.

Você esteve na Chapada dos Veadeiros? Sei que há outros atrativos na região e gostaria de voltar para conhecer o que faltou. Caso tenha visitado mais lugares, deixe sua sugestão nos comentários. 🙂

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Rafael

Siga minhas viagens também no perfil @rafael7camara no Instagram - Quando criança, eu queria ser jornalista. Alcancei o objetivo, mas uma viagem de volta ao mundo me transformou em blogueiro. Já morei na Índia, na Argentina e em São Paulo. Em 2014, voltei para Belo Horizonte, onde estou perto da minha família, do meu cachorro e dos jogos do América. E a uma passagem de avião de qualquer aventura.

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10 comentários sobre o texto “Roteiro de 7 dias pela Chapada dos Veadeiros

  1. Rafael,
    Estava tentando montar um roteiro para conhecer a Chapada dos Veadeiros e seu roteiro começa a me ajudar a montar minha viagem. Muito obrigada pela generosidade de compartilhar sua experiência.
    Guaciara.

  2. Parabéns pelo post! Super completo! Esse é um destino incrível de ecoturimo que merece ser explorado várias vezes! Eu fiz uma trilha muito legal chamada Sertão Zen. Bem puxada, para quem tem preparo físico e gosta de algo um pouco mais “roots”. Foram ao todo 16km e só pode ser feita com guia. Eu escrevi um post sobre como foi, se quiser posso deixar a dica aqui…

  3. Olá!!! Fico maravilhada quando leio algo sobre a Chapada dos Veadeiros. Mas me entristece o fato de que não poderei conhecê-la. Tenho uma lesão no pé esquerdo que me impede de caminhar alguns quilômetros, principalmente em terrenos irregulares.Sniifff

    1. Oi, Marcolina. Que chato!

      Olha, algumas trilhas são curtas, como das Cachoeiras dos Cristais, Loquinhas ou mesmo para o Vale da Lua. Quem sabe pra essas não dá?

      Abraço.

  4. Amo esse blog e sempre que preciso de orientação para alguma viagem encontro aqui. Obrigada e parabéns pelo talento de vocês. Você recomendaria algum lugar para ficar em alto paraíso com um ótimo custo benefício?

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