Salinas Grandes, um deserto de sal na Argentina

Salinas Grandes, localizada na província de Salta, na Argentina, é um deserto de sal bem mais modesto que seu correspondente boliviano, o Salar de Uyuni. Isso, no entanto, não significa que essa não seja uma boa opção para entrar em contato com a paisagem extraterrestre de uma planície branca e salgada na América do Sul.

As Salinas Grandes são o segundo maior deserto de sal do mundo e uma parada imperdível se você vai explorar a região do noroeste andino, com a vantagem de ainda não ser tão explorado quanto o Uyuni.

Seguro Viagem:
América do Sul
MTA 15 Am. Latina +Telemedicina Albert Einstein
Assistência médica USD 15.000
Bagagem extraviada USD 400 (SUPLEMENTAR)
*Valor referente a 7 dias de viagem.
Affinity 35 LATAM +COVID-19
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*Valor referente a 7 dias de viagem.

Onde ficam as Salinas Grandes: Mapa

A crosta de sal com cerca de meio metro de espessura que forma Salinas Grandes é o resto de um lago que se secou há milhares de anos. Hoje, a área de 12.000 hectares é cortada pela bela rota 52, que liga a Argentina ao Deserto do Atacama. No caminho você vai ter a chance de ver lhamas, vicunhas, condores e suris, animais típicos dos Andes.

O local está localizado a 136 quilômetros de Salta, 90 quilômetros de Jujuy e a 54 quilômetros de Purmamarca. As Salinas Grandes ficam a 4.170 de altitude, o que é considerado uma elevação bastante alta.

 

Clima e melhor época para visitar as Salinas Grandes

Por causa de sua altitude elevada e do clima desértico, as Salinas Grandes sofrem uma grande variação de temperatura durante o dia. No verão, a máxima pode passar dos 40oC, mas o calor se dissipa ao longo do dia e costuma fazer aquele friozinho o ano inteiro, em especial quando há muito vento.

A melhor época para visitar as Salinas é no inverno, entre junho e setembro, pois esses são os meses com menor ocorrência de chuva e ventos. Nessa época, no entanto, faz um friozinho maior, por isso capriche no agasalho.

Contudo, não é impossível visitá-las em outros momentos do ano. Na estação chuvosa, que vai de janeiro a março, você terá uma experiência bem diferente da estação seca. Nessa época, as Salinas ganham um efeito espelhado graças à água que se acumula na superfície.

Leia também: 
Dicas de viagem para Salta e Jujuy, na Argentina
O que fazer em Salta, na Argentina
Onde ficar em Salta: melhores hotéis e regiões

Como é a visita às Salinas Grandes?

Esse é, sem dúvidas, um passeio interessante e diferente, em especial se você nunca esteve em um deserto de sal antes. É uma sensação estranha estar cercada de branco, de céu e de planície. Mexe com a nossa noção de espaço e nosso senso de direção. Um ponto que parece longe está, na verdade, a poucos metros de distância. Para você ver a falta que faz um referencial. E isso é o que torna o lugar mais incrível. Isso e o contraste entre as cores.

 

O melhor é começar o passeio logo cedo, pela manhã. Isso porque a estrada Cuesta Del Lipan, que leva até lá, vai subindo em zigue-zague e proporciona vistas incríveis, cheia de atrativos à parte, além de lindos vislumbres da fauna local. Por isso, vale a pena ir com calma e fazer paradas no caminho para fotos.

Se você for de excursão, é provável que o caminho inclua outras paradas na região. A mais comum delas é a ponte La Polvorila, por onde passa o Trem das Nuvens,  a antiga vila mineira de San Antonio de los Cobres e a simpática cidade de Purmamarca. Quem vai por contra própria pode usar o roteiro para se inspirar também.

Chegando ao Salar, você fica livre para circular pela área. Vá com calma pois, se o seu corpo não estiver ambientado com a altitude, pode ser que você se sinta mal. Em geral, guias das excursões fornecem folhas de coca para mascar, mas você consegue comprá-las em qualquer mercadinho da região, assim como chás e balas feitas das folhas.

Assim como no Uyuni, em Salinas Grandes você consegue tirar aquelas fotos em perspectiva que fazem o maior sucesso no Instagram. Hora de soltar sua criatividade para voltar para casa com uns cliques legais.

No meio das Salinas, você vai encontrar pequenos recortes feitos na crosta, cheios de água. Esses poços são feitos pelos trabalhadores dali para extrair o sal. As piscinas chamam a atenção por sua coloração turquesa.

Recomendações para visitar as Salinas Grandes

  • Não se esqueça os óculos de sol, o branco do deserto reflete muito a luz e pode causar incômodo
  • Pelo mesmo motivo, use bastante filtro solar
  • Leve um casaco para se proteger do vento, ainda que o tempo esteja quente quando você sair do seu hotel
  • Beba muita água. A região é extremamente seca.
  • Se achar necessário, compre algumas folhas de coca para prevenir o mal de atitude. Lembre-se  que Salinas Grandes está 4.170 metros acima do nível do mar.
  • Não há restaurantes na região. De estrutura turística, o máximo que você vai encontrar são alguns banheiros químicos a troco de poucos pesos e comerciantes que vendem artesanato típico e feito de sal.
  • Leve um lanche na mochila. Mas se a fome apertar, o jeito é comprar um lanchinho com algum vendedor ambulante no meio da estrada.

Como chegar a Salinas Grandes

Como ir de Buenos Aires a Salinas Grandes

Salinas Grandes está a 1418 quilômetros de Buenos Aires, o que é chão para caramba para fazer de uma vez só. O aeroporto mais próximo é o de Jujuy, mas não há vôos diretos do Brasil para lá. Por isso, o melhor é sair de Buenos Aires.

O Aeroporto Internacional de Salta Martín Miguel de Güemes também está perto e é uma boa opção, uma vez que Salta é a maior cidade da região e a que conta com maior infraestrutura turística para contratar passeios para as Salinas Grandes. Além disso, recebe vôos diretos partindo de São Paulo, dispensando a necessidade de passar antes por Buenos Aires.

Quem preferir ir por terra, há ônibus saindo de Buenos Aires para Salta regularmente. A viagem dura cerca de 20 horas e o trecho é operado pelas empresas El Rápido Internacional, Balut, Almirante Brown, Chevallier, Flecha Bus. Leia mais sobre Como viajar de ônibus pela Argentina.

Saindo de Salta

Saindo de Salta, a opção é contratar um tour de agência que passa também por San Antonio de Los Cobres e Purmamarca. O dia é longo e cansativo, a menos que você faça como nós e peça para ser deixado em Purmamarca, economizando cerca de quatro horas da viagem de volta. Se você estiver em Jujuy, também é possível contratar empresas que fazem o passeio. Aqui há alguns tours que você pode contratar com antecedência.

 

Outra possibilidade é visitar as Salinas a partir de Purmamarca. Nesse caso, você pode alugar um carro ou contratar um remise (táxi) para te levar até lá. Para isso, nós indicamos o buscador RentCars, que busca entre as principais locadores e te ajudam a encontrar os melhores preços e condições de aluguel.

É possível também fazer o trajeto de ônibus, mas tome cuidado: para isso, é preciso descer no meio do caminho entre Purmamarca ou Jujuy e Susques. E nem sempre você vai conseguir transporte para voltar. Antes de escolher esse meio, certifique-se dos horários de ônibus naquele dia.

Onde ficar

Duas bases são as mais recomendadas para visitar as Salinas Grandes: Salta e Purmamarca.

Salta por ser a maior cidade da região, com melhor infraestrutura turística e a partir de onde você poderá conhecer as outras atrações do noroeste da Argentina, como o Parque Nacional de Los Cardones. Algumas acomodações recomendadas em Salta são:

Purmamarca, por outro lado, é a base mais próxima das Salinas. A cidade é bem pequena, com pouca estrutura, mas tem uma vista impressionante do Cerro de los Siete Colores, uma atmosfera relaxada e é um bom lugar para começar a explorar a Quebrada do Humahuaca. Algumas das acomodações recomendadas em Purmamarca são:

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Natália Becattini

Sou jornalista, escritora e nômade. Viajo o mundo contando histórias e provando cervejas locais desde 2010. Além do 360meridianos, também falo de viagens na newsletter Migraciones, no Youtube e em inglês no Yes, Summer!. Vem trocar uma ideia comigo no Instagram. Você encontra tudo isso e mais um pouco no meu Site Oficial.

Ver Comentários

  • oi, natália, se tivesse pouco tempo e tivesse que escolher, preferiria tour a salinas grandes ou a humahuaca? brigado, vicente

  • Oi Natália enviei um comentário,na verdade um roteiro e pedi sua opinião,mas não obtive resposta.
    Outra dúvida para o trecho salta cafayate penso em ir através de Cachi e voltar por outra estrada sobre a qual li que é muito linda é isso mesmo?

  • Gostaria da sua opinião no meu roteiro
    Dia 1:Buenos Aires a Salta ,aviãSalta aluguel carro deslocamento San salvador jujuy.
    Dia 2 :de SSJ ir para Salinas Grandes e depois de conhecer ir para Purmamarca ( pernoite)
    Dia 3 : cerro siete colores,cidade Purmamarca deslocamento para Tilcara .
    No caminho : cerro paleta del pintor,garante del diablo,
    Pernoite : Tilcara
    Dia 4 : pulcara de tilcara; quebrada de juella e Lá isla,pernoite Tilcara.
    Dia 5 ; deslocamento Tilcara a Salta.
    Museu de Antropologia,
    Pernoite : Salta
    Dia 6 : deslocamento Salta ,cachi a Cafayate visita Cachi pernoite em vinicola em Cafayate.
    Dia 7 : visita a vinícolas pernoite em Cafayate
    Dia 8 : deslocamento Cafayate a Salta pela estrada maravilhosa,pernoite em Salta.
    Dia 9 : passear por Salta,devolver carro no aeroporto,pegar voo B A às 21 h

    • Mari, contratamos o passeio direto no hostel, por isso não sei extamente o nome da agência. Mas já te adianto que são dezenas de agências em Salta que oferecem o passeio e eles são muito parecidos entre si...

      Abraços

  • Oi, você tem mais informações sobre as empresas que fazem esse tour até as salinas? Pretendo ir ou de Jujuy ou Salta. Obrigada :)

    • Ei Jennifer, chegando em Salta e Jujuy não faltam agências que fazem o passeio. Basta andar pelo centro para encontrar umas trinta hahaha. Não precisa nem reservar com antecedência, só marcar um dia antes mesmo.

      Abraços!

  • Natália
    Vou agora em setembro para a região terei 5 dias e depois seguirei para Atacama.
    Meu mochilão começará por Cordoba e de lá pegarei um ônibus para Salta.
    O que você me aconselha, ficar todos os dias em Salta e ai contratar uma agência para o deslocamento ou dividir a hospedagem nas 2 cidades e depois partir para o Atacama?
    Já vi que tem ônibus que sai das 2 regiões.
    Muito obrigada
    Seu relato está ajudando muito, visto que não temos muitas informações disponíveis.

    • Juliana, depende do seu tempo. Eu, particularmente, achei que valeu muito a pena ficar uns dias na região de Humahuaca. As excursões que saem de Salta pra lá são bem corridas e em geral você só vê uma cidade bem rapidinho. É uma região com muita cultura e é completamente diferente do resto da Argentina, embora dizem ter muito a ver com a cultura boliviana. Enfim, se der pra ficar uns dias eu recomendo sim, se não, quem sabe você não volta em uma outra oportunidade?

      Abraços!

  • Natália e demais viajantes deste mundo, vasto mundo, onde encontramos muitos Raimundos,,,y Marias y Juáns. Pretendo sair de Floripa 2a quinzena de julho com carro 4x2 e tenho 10-11 dias para conhecer Cafayate, Salta, Jujuy, Quebradas e outras referências deste e outros sites, voltando pra Ilha da Magia. Já sei: "pouco tempo!". assim, agradeceria novas dicas e conselhos pelos que viveram a experiência com carro.
    abs e nos encontramos pelo mundo!

    • Julio, fiz tudo de ônibus, por isso vou deixar que o pessoa te dê os conselhos deles! Mas desejo uma ótima viagem!

      Abraços

  • Natália, boa noite.
    Estou planejando minha segunda viagem ao Atacama e como irei de carro próprio e já conheço o caminho, me veio a ideia de passar/observar a noite e o amanhecer em Salinas Grandes, acampado no próprio carro (tenho equipamento para tal), mas não achei nenhuma informação de alguém que já tenha feito isso.
    Você sabe se alguém já fez ou mesmo se é possível ou permitido?

    • Otávio, fiz essa viagem em 2006, fui de carro de Floripa a San Pedro.
      Lembro exatamente quando passei pelas Salinas Grandes de avistar um ciclista que estava levantando acampamento para continuar viagem.
      Na época fui informado por locais que na Argentina é permitido acampar em qualquer lugar. Não vejo porque você não poderia dormir no carro.
      Só não esqueça que o frio é muito grande à noite.

      • Obrigado Antonio.
        Eu tenho equipamento de camping montável no próprio carro, mas pretendo ir bem preparado para o frio.
        A intenção é justamente passar uma noite para fazer observações com o mínimo possível de poluição visual e mais longa que o tour noturno de San Pedro.

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Publicado por
Natália Becattini

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