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Quatro dias de turismo na Cidade do México

Quatro dias é pouco. O ideal seria passar a vida inteira. Uma das maiores metrópoles do mundo, caos urbano que tem de tudo e um pouco mais, o turismo na Cidade do México oferece ao viajante um pouco de tudo. Não faltam ruínas astecas, museus, bares, praças, prédios coloniais e pontos turísticos na Cidade do México. E ainda tem a atração principal, aquela que faz com que todo viajante volte com uns quilinhos a mais na bagagem: a comida.

Tem mais tempo? Aproveite para conhecer a capital mexicana sem pressa, para caminhar pelas ruas do Zócalo, achar bares legais ao longo da La Reforma e ler um livro na sombra das árvores do Bosque de Chapultelpec.

turismo na Cidade do México

Roteiro de quatro dias de turismo na Cidade do México

Dia 1

Como os voos do Brasil para o México são longos – quase nove horas – é provável que você deixe terras verde e amarelas de noite e chegue no México de manhã cedo. Ignore o cansaço, aproveite que o fuso horário não é tão diferente assim (duas horas a menos que Brasília) e bote o pé na rua.

Antes, aproveite para trocar alguns dólares no aeroporto, de preferência nas casas de câmbio que ficam mais distantes da saída, onde a cotação é praticamente a mesma ou até melhor da que você encontrará no centro da cidade. Esse conselho vale ainda mais a pena caso seja fim de semana, quando as casas de câmbio da região central não abrem. A forma mais prática de sair do aeroporto é de uber ou cabify, com corridas custando em torno de 100 pesos (R$ 20).

Deixe as malas no hotel e siga para o Zócalo, que nada mais é que o centro histórico da Cidade do México. O ponto para começar a caminhada é a Catedral, construída a partir de 1573 e que, como muitos prédios históricos da cidade, está torta. É que a capital mexicana foi construída num terreno instável, onde ficava Tenochtitlán, a capital dos astecas. Só que a cidade comandada por Moctezuma, que chegou a ter 300 mil habitantes, ficava no meio de um grande lago que foi drenado pelos espanhóis. As consequências foram um solo frágil e uma metrópole que afundou inacreditáveis nove metros nos últimos 100 anos.

Veja também: História e roteiro a pé pelo centro histórico da Cidade do México

Zócalo, Cidade do México

Catedral do México

Além da Catedral, no Zócalo fica o Palácio Nacional, que é a sede da Presidência da República, já foi moradia de vice-Reis e onde estão os famosos painéis de Diego Rivera. A entrada é de graça – não deixe de ir. Em seguida caminhe até as ruínas do Templo Mayor, que estão ao lado da catedral. Esse era o maior centro religioso de Tenochtitlán. As ruínas só foram descobertas na década de 1970, quando o local foi escavado. Se quiser conhecer mais essa história, dê uma passadinha no Museu do Templo Mayor. 

Terminou a caminhada? Procure um lugar para almoçar. Minhas dicas nessa área são o El Cardenal, o Café Tacuba e La Pagoda – esse último é baratíssimo e nada turistão. Eles não aceitam cartões no La Pagoda, mas isso é uma raridade da Cidade do México.

Veja também: Onde comer na Cidade do México – dicas de restaurantes

Depois do almoço, continue caminhando pelo centro. A próxima parada é o Palácio de Bellas Artes, a poucos quarteirões dali e onde você pode comprar ingressos para shows e concertos que ocorrem durante toda a semana. A partir daí pode ser preciso fazer escolhas para tudo caber no roteiro. Ao lado fica uma praça, onde está o Museu Diego Rivera, que é pequeno e, caso você tenha tempo, vale a entrada.

roteiro no zócalo

Bellas Artes e Torre Latino-Americana

Na frente do Palácio está a Torre Latino-Americana, que tem 181 metros de altura e foi o prédio mais alto do México por três décadas. Se você gosta desse tipo de passeio, então vale ir ao mirante da torre, principalmente perto do pôr do sol. Outra opção é ir ao Mercado de La Ciudadela, um bom lugar para comprar artesanato e que está a cinco minutos de caminhada do Bellas Artes. E também pertinho está a Plaza Garibaldi, onde há presença contante de mariachis, que podem ser contratados para apresentações particulares enquanto você toma tequila em algum dos bares que ficam por ali.

Se não estiver cansado e quiser fechar o primeiro dia de forma marcante, pode ser uma boa ideia acompanhar uma Lucha Libre, um programa imperdível e que tem a cara do México. Há dois lugares para assistir as lutas, os dois perto do centro. Na Arena México ocorrem lutas toda terça, sexta e domingo, começando entre 19h30 e 20h30 (aos domingos começa mais cedo, às 17h). Já a Arena Coliseo recebe lutas aos sábados, a partir das 19h30.

Veja também: Luta Livre Mexicana, esporte e espetáculo na Cidade do México

Luta Livre

Lucha Libre na Arena Coliseo

Dia 2

Poucas cidades do mundo têm mais museus que a capital do México. E um deles merece a visita mesmo de quem torce o nariz para esse tipo de passeio. É o Museu Nacional de Antropologia, que guarda tesouros pré-colombianos, como a Pedra do Sol. Com 24 toneladas, o mais famoso dos símbolos astecas ocupa posição central no museu – que é enorme, com salas para cada uma das grandes civilizações que já habitaram o México.

Por isso, chegue cedo e comece sua visita pelas salas do andar de baixo, que são as mais interessantes. Só então, caso sobre tempo, vá para o segundo piso. O Museu funciona de terça a domingo, entre 9h e 19h. A entrada custa 70 pesos e pode ser paga no cartão de crédito. Você pode ir de metrô, descendo na estação Auditório (Linha 7). Na saída, pare um pouco em frente ao museu para ver uma apresentação da Dança dos Voadores de Papantla, um ritual milenar praticado por diversos povos mesoamericanos desde antes da colonização.

museu nacional de antropologia

Pedra do Sol, no Museu de Antropologia

Depois do museu, almoce em alguma das barraquinhas com comida de rua que ficam em frente ao prédio e continue seu passeio pelo Bosque de Chapultepec, uma das maiores áreas verdes urbanas da América Latina. Dentro do parque há lagos, pistas de caminhada, quadras esportivas e vários museus – o próprio Museu de Antropologia está no Chapultepec.

Eu recomendo que você reserve de uma a duas horas para conhecer o Museu Nacional de História, que fica dentro do Castelo de Chapultepec, uma fortaleza que foi cenário para batalhas sangrentas com tropas dos Estados Unidos e serviu de moradia para um Imperador do México. Maximiliano I era austríaco, foi colocado no trono do México por tropas francesas e era primo de Dom Pedro II, do Brasil.

Veja também: O Castelo de Chapultepec e a história do México

bosque de chapultepec

Chapultepec

Termine o dia num dos bares próximos ao Paseo de La Reforma. Recomendo a Fiebre de Malta, cervejaria que tem duas unidades, uma na Calle Lerma, 156, perto do monumento El Angel de la Independencia, e a outra na Avenida Pdte. Masaryk 48, em Polanco. Outra boa opção é La Cervecería de Barrio, que tem unidades no Zócalo e nos bairros Roma e Condesa.

Dia 3

Pouco restou da antiga capital dos astecas, mas por sorte existem outras ruínas e pirâmides enormes pertinho da Cidade do México. É Teotihuacán, que está a 55 quilômetros da capital mexicana. A Pirâmide do Sol, maior estrutura das ruínas, só é menor que a famosíssima de Gizé, no Egito.

Teotihuacan

Teotihuacán

Teotihuacán começou a ser construída 100 anos antes de Cristo e teve seu auge cinco séculos depois, quando chegou a ter 200 mil habitantes. Foi abandonada por volta do ano 700 d.C, por motivos até hoje não explicados. Quando os astecas surgiram e conquistaram a região central do México, Teotihuacán já estava lá, deixando todos embasbacados com sua grandiosidade. A entrada no sítio arqueológico custa 70 pesos.

Há duas formas de visitar Teotihuacán: você pode ir num tour, vendido por diversas agências da Cidade do México e que custa cerca de 600 pesos. Nesse caso você sairá cedo e passará antes na Basílica de Guadalupe. Também dá para ir por conta própria, de ônibus, a partir do Terminal Central de Autobuses del Norte, com a Autobuses Teotihuacán.

nossa senhora de Guadalupe

As duas Basílicas de Guadalupe

Caso vá por conta própria, faça o roteiro do tour e termine seu dia na Basílica de Guadalupe, que está na Cidade do México, a nove quilômetros do Zócalo. O Santuário de Guadalupe, padroeira do México, recebe cerca de 20 milhões de visitantes por ano, número que faz desse o segundo local católico mais procurado do mundo – só mesmo a Basílica de São Pedro, no Vaticano, atrai mais fiéis.

As estações de metrô mais próximas da Basílica são La Villa-Basílica (Linha 6) e Deportivo 18 de Marzo (linha 3). A entrada é de graça.

Veja também: Teotihuacán, no México: visita e história das ruínas
Nossa Senhora de Guadalupe: a basílica da padroeira do México

Dia 4

O seu destino no quarto dia de viagem é um bairro afastado do centro e que foi o queridinho de artistas em boa parte do século 20: Coyoacán. Foi ali que nasceu e morreu Frida Kahlo. A casa da artista  era um ponto de encontro de gente importante, tipo o cineasta Sergei Eisenstein, o escritor André Breton, o empresário Nelson Rockefeller, que mais tarde foi vice-presidente dos Estados Unidos, e León Trotsky, um dos líderes da Revolução Russa. Foi transformada em museu por iniciativa do marido de Frida, o pintor Diego Rivera, que também morou na Casa Azul.

O Museu Frida Kahlo abre de terça a domingo e o ingresso para estrangeiros custa 200 pesos. Compre pela internet, no site oficial, para evitar a fila da bilheteria, que costuma ser grande. As estações Coyoacán (linha três do metrô) e a General Anaya (Linha 2) estão a cerca de 15 minutos de caminhada.

Veja também: Museu Frida Kahlo, no México: visita e história

museu frida kahlo

Ao sair do museu, aproveite o restante do dia para conhecer outras atrações do bairro. O Museu Casa Leon Trotsky funciona na última residência do líder soviético e onde ele foi assassinado. Já o Mercado de Coyoacán é um ótimo lugar para almoçar. Existem também vários bares e restaurantes na Praça Centenario, como o Corazon de Maguey.

Muita gente combina o passeio em Coyoacán com uma ida aos Canais de Xochimilco, uma região que é Patrimônio da Humanidade e onde é possível navegar em barquinhos coloridos. Veja aqui como fazer um passeio nas coloridas trajineras de Xochimilco.

Outra ideia é visitar o Mercado Sonora, o maior mercado de bruxaria e esoterismo do México, para conhecer de perto esse aspecto da cultura local.

Turismo na Cidade do México: dicas de hospedagem

Eu me hospedei no Zócalo e recomendo, mesmo com a região ficando meio vazia à noite. Das opções que testei por ali, o melhor custo/benefício está no Chillout Flat B&B, uma pensão familiar que fica num prédio residencial. Está a dois quarteirões do Bellas Artes e 10 minutinhos de caminhada do Zócalo.

Se preferir ficar ao longo do Paseo de La Reforma, outra região ótima, mas que tem hotéis caros, uma forma de economizar é procurando por apartamentos. Você acha algumas opções nesse link aqui.

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Rafael

Siga minhas viagens também no perfil @rafael7camara no Instagram - Quando criança, eu queria ser jornalista. Alcancei o objetivo, mas uma viagem de volta ao mundo me transformou em blogueiro. Já morei na Índia, na Argentina e em São Paulo. Em 2014, voltei para Belo Horizonte, onde estou perto da minha família, do meu cachorro e dos jogos do América. E a uma passagem de avião de qualquer aventura.

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6 comentários sobre o texto “Quatro dias de turismo na Cidade do México

  1. Rafael, parabéns pelo blog. Vou ficar 4 dias no México e pretendo seguir boa tarde do seu roteiro. Vc tem alguma indicação do melhor custo-benefício para contratação de pacote de dados lá, principalmente para utilização de pesquisa de locais, mapa e ubber/cabify.

    1. Oi, Filipi, Eu saí com o easysim do Brasil. Funcionou perfeitamente. Lógico, pode ser mais barato comprar um chip local, mas aí tem que ver se você tem tempo pra fazer isso, etc.

      Abraço.

  2. Como é a questão da segurança na cidade do mexico? é tranquilo de andar a noite? existe assaltos? E em relação ao custo para nós Brasileiros, é uma cidade cara? Obrigado pelas dicas.

    1. Oi, Gustavo. Em termos de violência é igual ao Brasil. Há lugares perigosos, outros não, mas é bom estar sempre atento e esperto. Na dúvida, volte para o hotel de uber/cabify, quando já for muito tarde.

      A alimentação é muito barata, se comparada com o Brasil. Hospedagem é um pouco mais cara no DF do que em São Paulo, pelo menos se estivermos falando de hotéis. Hostels e apartamentos são alternativas mais em conta.

      Abraço

    1. Oi, Janaina. De fato, não fiquei lá, mas passei na porta e achei interessante, tanto é que é uma das recomendações nossas pro México também.

      Abraço e obrigado pelo comentário. 🙂

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