Visita ao Museu do Sherlock Holmes, em Londres

221B Baker Street. Você pode nunca ter pisado em Londres, mas provavelmente conhece esse endereço: é a casa do Sherlock Holmes, um dos personagens mais importantes da cultura britânica. O detetive capaz de solucionar mistérios de todos os tipos apareceu em vários livros, filmes e seriados desde 1887, quando foi lançado “Um Estudo em Vermelho”, obra que contou com a primeira aparição dele.

Criado pelo escritor Arthur Conan Doyle, Holmes é um dos grandes ícones londrinos e costuma estar no roteiro de viagem de muita gente que passa pela terra da rainha. Durante os seis dias que passamos em Londres, fizemos questão de reservar um tempinho para conhecer o Museu do Sherlock Holmes, que fica justamente no endereço indicado nos livros. 

“Pera aí! Quer dizer que o Arthur Conan Doyle usou um endereço real na hora escrever as histórias do Holmes?” 

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Museu do Sherlock Holmes

Mais ou menos, caro leitor. Na Londres de Conan Doyle, a Baker Street já existia – era uma rua habitada por membros da classe média londrina. O escritor usou a rua como inspiração, mas resolveu não trollar com a galera que morava lá. Por isso, escolheu o número 221B para ser a casa do personagem – na época a numeração da rua ia só até o número 100.

Beleza, Conan Doyle, a vizinhança agradece, afinal de contas não deve ser legal começar a receber em casa um monte de cartas para um tal de Sherlock Holmes, simplesmente porque seu endereço foi parar num livro que é febre mundial. Só que faltou combinar com o futuro, esse brincalhão. 

Museu do Sherlock Holmes

Alguns anos depois da morte de Conan Doyle, a Baker Street foi ampliada, muito por conta das destruições causadas pela Segunda Guerra Mundial. Com isso, do dia para a noite o endereço 221B Baker Street passou a existir. O  sortudo que herdou o endereço? Um banco, o Abbey National.

Como era de se esperar, o banco passou a receber uma quantidade enorme de cartas de fãs do mundo inteiro, correspondência para o querido Sherlock Holmes, antes enviada para um endereço inexistente.  O que o banco fez? Entrou na brincadeira. Durante décadas, o Abbey National teve um secretário contratado só para cuidar da pilha de cartas do Holmes. 

Isso começou a mudar com a criação do Museu Sherlock Holmes, em 1990. Esse prédio, que logo virou ponto turístico de Londres, também fica na Baker Street, mas em outro ponto, entre os números 237 e 241. Como parecia mais natural que o museu tivesse o endereço de Holmes, a numeração da rua foi alterada, não sem reclamações do Banco, que afinal de contas estava pagando um secretário para o Holmes há 60 anos. A pendenga só teve um ponto final em 2005, quando o banco fechou e o Museu virou o único proprietário de um dos endereços mais famosos do mundo. 

Como é o Museu do Sherlock Holmes

Se você ficou frustrado ao perceber que o museu não é no endereço “real” do Sherlock Holmes, saiba que a visita vale muito a pena. O museu está numa casa do século 19. Ou seja, uma construção que já estava ali quando Conan Doyle (e Sherlock Holmes) viveram em Londres. 

Museu do Sherlock Holmes

Gerenciado por uma organização sem fins lucrativos, a Sherlock Holmes Society of England, o Museu tirou do papel as descrições da casa de Holmes e, claro, seu grande amigo e companheiro de aventura, o doutor Watson. Lá você vai encontrar cachimbos, lupas, armas e outros instrumentos citados na história. Toda a decoração e disposição dos ambientes também foi planejada segundo o que está nos livros e está em estilo vitoriano, típico da época em que Holmes teria vivido ali.

Teria vivido? Pois é, na porta do museu tem até uma placa dizendo que Holmes viveu lá, no mesmo estilo das que a prefeitura coloca em antigas moradias de personalidades. Some a isso o fato de que a popularidade do personagem fez com que muita gente pensasse que ele foi real, e você vai entender o que motivou parentes do escritor Conan Doyle a se posicionarem contra a criação do museu, que ajudaria a perpetuar essa ideia. O problema, claro, é que muitos dos fãs querem acreditar na existência de Holmes, com ou sem museu. 

Museu do Sherlock Holmes

Para te ajudar (ou não) a lembrança de que tudo se trata de ficção, estátuas em tamanho real dos personagens recriam alguns dos momentos mais famosos da carreira de Holmes.

Museu do Sherlock Holmes

A visita é rápida – dura cerca de um hora. No fim, é possível fazer compras na lojinha do museu e levar alguma parte de 221B, Baker Street para sua casa. 

Museu do Sherlock Holmes

Informações úteis

O Museu do Sherlock Holmes abre todos os dias do ano, exceto no natal. O funcionamento vai de 9h30 às 18h e a entrada custa 10 libras para adultos e 8 libras para menores de 16 anos. A estação de metrô mais próxima é a Baker Street.

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por assinatura. Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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2 comentários sobre o texto “Visita ao Museu do Sherlock Holmes, em Londres

  1. A visita é mesmo rapidinha, mas compensa para os fãs. A lojinha é ótima – comprei um livro com um resuminho de todas as histórias do detetive. Outra “atração” na área é a Beatles Store, praticamente em frente, mas essa eu não gostei não – achei bem pobrinha!

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