Um vulcão pode atrapalhar suas férias? Talvez, pelo menos se você estiver indo para o Chile. O território dos nossos vizinhos guarda uma das maiores quantidades de vulcões ativos do mundo – são 95, segundo dados da BBC.
Com isso, vira e mexe um vulcão dorminhoco resolve acordar, jogando toneladas e mais toneladas de cinzas e matéria vulcânica na atmosfera. Como o mundo já aprendeu um pouquinho sobre vulcões desde a tragédia do Vesúvio, na maioria das vezes o despertar de um vulcão acaba sendo um problema menor, desde que por “menor” você entenda: sem mortes e destruição de cidades inteiras. Por outro lado, o vento pode dar uma dor de cabeça danada em muita gente.
Como assim? É que o vento pode levar as cinzas do vulcão para outros lugares, afetando áreas até a milhares de quilômetros de distância. Uma grande cidade, Santiago, por exemplo, vê a poluição atmosférica piorar em casos assim.
As cinzas, que não respeitam fronteiras, podem até mesmo alcançar outros países, afetando a vida dos vizinhos. No caso do Chile, é dito e feito: toda vez que um vulcão desperta no sul do país, a Argentina, do outro lado da Cordilheira dos Andes, precisa também lidar com o problema.
Além da presença de cinzas nas cidades e o aumento da poluição, a atividade vulcânica costuma interromper o tráfego aéreo. É que as cinzas dos vulcões podem danificar os motores dos aviões, o que seria um risco para a aviação. Essa é a forma mais comum que um vulcão pode atrapalhar sua férias – causando o cancelamento de centenas de voos, mesmo para cidades que estejam bem distantes do vulcão.
Quem não se lembra das erupções do Eyjafjallajökull, vulcão de nome, err, simpático, que fica na Islândia? Em 2011, milhares de voos foram cancelados por causa dele, quase fechando completamente o espaço aéreo europeu, o que causou um efeito cascata em todo o mundo.
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Foto: Andiseño Estudio, Domínio Público
Quais são os vulcões no Chile que estão acordados?
Este ano foram dois (até agora): o Calbuco e o Villarrica, que entrou em erupção em março. Os dois ficam no sul do Chile, a cerca de mil quilômetros de Santiago. Ambos estão numa área turística, a Patagônia Chilena.
As cidades chilenas de Púcon, Puerto Varas e Puerto Montt, destinos que atraem muitos viajantes, estão na rota dos vulcões. Bariloche, na Argentina, fica a cerca de 100 km dessa região, por isso a cidade frequentemente é afetada pelos vulcões chilenos.
O Villarrica é um dos vulcões mais ativos da América do Sul. Já o Calbuco estava adormecido há meio século, por isso seu despertar, no final de Abril, causou um susto maior. Foram três fortes erupções em uma semana, o que fez com que o governo chileno decretasse uma área de exclusão de 20 km ao redor do vulcão.
Erupção do Calbuco vista de Puerto Varas (Foto: Hochgeladen von Aeveraal)
Quanto tempo a atividade do Calbuco deve durar?
Complicado responder. Especialistas já relataram que a intensidade da atividade do Calbuco diminuiu, o que é ótimo. Por outro lado, o Serviço Nacional de Mineração e Geologia do Chile alerta que o Calbuco deve ficar acordado por vários meses. E novas erupções não estão descartadas.
Devo viajar para o Chile apesar da erupção do vulcão?
Não vamos esquecer que o Chile é um país grande, com o tamanho de França e Alemanha somados. Santiago, por exemplo, está a quase mil quilômetros de distância do Calbuco. O máximo que pode acontecer é que as cinzas do vulcão cheguem até lá. Como as cinzas não são tóxicas, o problema maior, como já foi dito, é para a aviação.
Quando o Calbuco acordou, diversas empresas, como Delta, Air France e American Airlines, chegaram a cancelar ou alterar voos. De forma geral, as empresas sul-americanas continuaram operando.
Vale dizer também que até agora a rota das cinzas tem sido em outra direção: elas estão seguindo para a Argentina. Depois de passar por Bariloche, que teve o aeroporto fechado por alguns dias, as cinzas chegaram em Buenos Aires, causando o cancelamento de mais alguns voos. E depois seguiram para o Brasil, no Rio Grande do Sul, e para o Uruguai, finalmente entrando no Oceano Atlântico.
As viagens para o Chile que estão desaconselhadas (no momento) são para a região dos vulcões mesmo, Púcon, Puerto Varas, Puerto Montt e essa parte do sul do Chile. E, veja bem, não por causa das cinzas, que foram para outro lado, mas pelo risco de outras erupções, o que ainda não foi descartado.
E para a Argentina?
Vale a mesma coisa. Não tenha medo de ir para Buenos Aires, Mendoza ou outras partes do país. A única cidade turística afetada até agora foi Bariloche, mas o aeroporto já reabriu. No entanto, a cidade recebeu uma grande quantidade de cinzas, o que causou o fechamento de estradas e impede muitos passeios pela região.
Como Bariloche está perto dos vulcões, convém esperar por notícias até marcar uma viagem para lá, afinal podem ocorrer outras erupções.
O que eu faço?
Leia tudo que você pode sobre o assunto. Brasileiros não costumam saber lidar com vulcões, terremotos, tsunamis e outras ações do planeta. Por isso mesmo, é fundamental saber o que está acontecendo antes de embarcar numa viagem para essas regiões.
Fique de olho nos portais de notícia. Vale seguir também o Servicio Nacional de Geología y Minería do Chile no Twitter, além de entrar ocasionalmente no site deles – lá você consegue acompanhar o dia a dia do vulcões chilenos.
Imagem destacada: Foto: Carolina Barría Kemp, Creative Commons
e a quarta vez que eu fui para o chile para andar de baike fui a pucon los andes e puerto varas subi o vulcon osorno de baike fui a frutilar lugar muito lindo o sul do chile e maravilhoso nao deixe de fazer a travesia dos setes lagos o passeio sai por 35 mil pesos
Obrigado pelo comentário, Alcenil.
Abraço.
estive em pucon em janeiro e subi o vila rica foi muito animal e ver no meu fe alcenilalmeida
Vou para o Chile dia 07/07 e queria ir em Pucón para subir o vulcão Villa Rica. Será que vai estar liberado até lá? Como fico sabendo?
Obrigada.
Oi, Luciana. O Servicio Nacional de Geología y Minería do Chile tem dado boletins sobre isso.
Os links do twitter e do site deles estão no final do post. 😉
Abraço.
Obrigada. Dei uma olhada mas não sei se olhei direito. O Villarica está com um ícone de um triângulo amarelo. Quer dizer que ele está interditado?
Mais ou menos. É um sinal de cautela, igual um semáforo amarelo. Se você clicar no ícone, abre uma página que tem relatórios semanais sobre o vulcão. O último diz o seguinte:
“Cambios en el comportamiento de la actividad volcánica –
Tiempo probable para una erupción: SEMANAS/MESES”.
E também:
“El sistema volcánico permanece con una actividad interna y externa considerada baja, con
una tendencia al descenso durante las últimas semanas. En las condiciones actuales, la evolución hacia una reactivación de la actividad eruptiva resulta cada vez menos probable. Sobre la base de los antecedentes técnicos reportados y teniendo en cuenta que la actividad volcánica permanece en niveles bajos, su alerta técnica permanece en nivel AMARILLO. Se recomienda aplicar restricciones de acceso a la zona de peligro
proximal, esto es, el sector contenido en el radio interno de 3 km”.
Muito obrigada. Vou continuar acompanhando para ver se vai ser liberado. Estou com medo de sair de Santiago até Pucón e perder a viagem.
Oi rafael
Estou planejando uma viagem para esquiar de 8 a 15 de agosto
Tinha pensado em chile ou argentina
Vc tem noticias mais recentes?
Sera que e seguro fechar uma viagem pra la?
No Chile é tranquilo, Marina. O vulcão está bem longe de Santiago, onde estão algumas estações de esqui. Depois leia esse texto:
https://www.360meridianos.com/dica/como-esquiar-valle-nevado-chile
https://www.360meridianos.com/dica/dicas-para-esquiar-no-chile
Já Bariloche, na Argentina, foi afetada pelos vulcões, por conta das cinzas. Mas parece que a situação está voltando ao normal, com os passeios e aeroporto funcionando normalmente.
Obrigada Rafael! Vou com a família para Santiago em julho, As informações do blog me tranquilizou. Abraço.
Fico feliz de ter ajudado, Fernanda.
Abraço.
Vou para Santiago em Julho/15. Passarei um mês. Já programei alguns dias em Pucon. Estou muito preocupado. Corro o risco das férias virarem cinzas literalmente rs. Estou torcendo para que não haja mais erupções. O posto foi ótimo e esclarecedor. Parabéns!!!!
Boa sorte, Diogo!
Espero que dê tudo certo. 🙂
Oi, é bom saber desses fatos, afinal, estou de viagem marcada para Argentina e Chile, e isso inclui também Bariloche. E como você disse, não sabemos lidar com “ações da natureza” e eu menos ainda. Qualquer coisa que esteja sem controle é o suficiente para deixar-me em pânico. Então é bem provável que se esse vulcão não dormir logo, vai colocar areia na minha neve.
Vai acompanhando a situação, Valéria. O importante é saber o que está acontecendo para não ser pego de surpresa.
Abraço.