O mochilão dos sonhos de muita gente fala portunhol. E pode começar na Argentina, no Uruguai, no Brasil ou no Peru – tanto faz. Neste texto, você vai encontrar cinco roteiros pela América do Sul, para viagens de uma semana, 15 e 20 dias ou de vários meses de duração. Vamos fazer as malas?
Veja também: Quanto custa um mochilão pela América do Sul?
Uma viagem pela América do Sul tem o potencial de transformar a forma como vemos os nossos vizinhos e a nós mesmos. Sem dúvidas é uma região riquíssima, tanto em belezas naturais – que vão de praias a montanhas nevadas e desertos, quanto em riqueza humana.
Na teoria, é possível cruzar todo o continente por terra, parando cada dia em um lugar e conhecendo ao máximo tudo o que um roteiro pela América do Sul pode proporcionar. Na prática, isso nem sempre é viável. Em primeiro lugar porque exige um tempo que muitos não têm. Em segundo, porque as distâncias são gigantescas e as estradas nem sempre boas, o que torna os trechos de avião mais convidativos.
Dividir seus roteiros pela América do Sul viagens menores também pode facilitar muito na hora do planejamento. Em geral, temos a seguinte subdivisão:
Embora não seja perigoso viajar pela América do Sul – os maiores riscos são de furto e golpes -, a região costuma passar por instabilidades políticas de tempos em tempos, o que pode afetar a logística da sua viagem. Antes de viajar, é sempre bom verificar as dicas de segurança do Itamaraty.
Como estamos falando de uma região gigantesca, é preciso olhar com atenção a época do ano – um mês pode ser ótimo para visitar o Peru, mas nem tão legal para as praias do nordeste brasileiro, por exemplo. Não tem muita saída: é preciso pesquisar caso a caso.
O seguro de viagem é obrigatório para entrar em dois países da América do Sul, o Equador e a Venezuela. Nos demais, é opcional, mas nossa recomendação é que você nunca viaje sem, porque no caso de qualquer emergência médica, roubo, extravio de bagagem ou necessidade de interromper a viagem por conta de algum grande imprevisto, você estará tranquilo.
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Você não precisa ter visto para visitar nenhum país do continente – a exceção é a Guiana Francesa. Para a maioria dos países, na realidade, não é preciso nem ter passaporte. Apenas o RG é necessário, desde que em bom estado de conservação e com foto em que você seja reconhecível.
O documento de identidade nacional é aceito na imigração de Argentina, Uruguai, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
Quem vai fazer a viagem de carro precisa adquirir um Seguro Carta Verde, que é um documento obrigatório para conduzir veículos de passeio entre os países integrantes do Mercosul.
O comprovante de vacinação contra febre amarela é obrigatório e exigido na imigração dos países da América do Sul. Alguns países da região também passaram a exigir comprovante de vacinação contra Covid e/ou teste PCR negativo na imigração. Como essa exigência muda muito, nossa sugestão é que você confira diretamente no site do consulado do país para o qual você pretende viajar
Veja aqui como tirar o seu certificado de vacinação internacional contra Covid e Febre Amarela.
Além dela, o governo recomenda que o viajante se imunize contra hepatite A e B, tétano e difteria, febre tifoide, infecção meningocócica. Essas, porém, não são vacinas obrigatórias.
Atualmente, você pode esperar pagar entre R$ 1200 e R$ 2200 em uma passagem de ida e volta para a Argentina e entre R$ 1800 e R$ 3000 para o Peru.
Talvez o mochilão mais simples em terras latinas. E envolvendo dois países: os vizinhos Argentina e Uruguai. Outras vantagens dessa viagem são os preços das passagens aéreas, que costumam ser bem em conta, e o pouco tempo necessário para completar o roteiro – com uma semana é possível fazer essa viagem, embora o roteiro se encaixe melhor em 10 dias.
Para facilitar sua vida, compre uma passagem aérea para múltiplos destinos, chegando por Buenos Aires e voltando por Montevidéu (ou o contrário). Você pode pesquisar por passagens múltiplos destinos escolhendo a opção “várias cidades” na maior parte dos buscadores de passagens aéreas existente hoje.
Para exemplificar, vou mostrar como funcionaria esse roteiro com a chegada em Buenos Aires, mas não é muito diferente caso seu voo de ida seja para o Uruguai.
Montevidéu
Chegue em Buenos Aires, a cidade que demandará mais tempo no seu roteiro. Caso tenha 10 dias, permaneça pelo menos quatro deles na capital da Argentina. Esgotado o tempo, cruze o Rio da Prata e vá para o Uruguai – em uma hora de viagem você está em Colonia del Sacramento. Passe um dia e uma noite lá, seguindo viagem no dia seguinte, para Montevidéu. Para isso, pegue um ônibus no terminal rodoviário de Colonia ou alugue um carro, o que é melhor caso você queria conhecer outras partes do litoral do Uruguai.
Veja também:
• Como ir a Colonia del Sacramento
• Uruguai de carro – como organizar sua viagem
Permaneça pelo menos dois dias em Montevidéu. De lá, siga para Punta del Leste, o último destino da sua viagem. Aí é só ir ao aeroporto de Montevidéu e pegar o voo de volta ao Brasil. Fácil, né?
As melhores regiões da cidade são Recoleta e Palermo, embora muitos hostels fiquem no centro.
Para curtir ao máximo a cidade fique em Pocitos ou Punta Carretas.
Outro roteiro simples envolvendo dois países. Como no caso anterior, o ideal é comprar a passagem com múltiplos destinos: você chega por Buenos Aires e vai embora por Santiago (ou o contrário). O tempo ideal para fazer essa viagem é 15 dias, embora seja possível encarar esse roteiro com menos tempo.
Caso sua chegada seja por Buenos Aires, permaneça ao menos quatro dias na capital da Argentina. De lá, siga para Córdoba, que será sua parada por dois dias. Córdoba é a segunda maior cidade do país, um lugar cheio de bares e restaurantes interessantes e com clima universitário. Você pode fazer o trecho de avião ou de ônibus, numa viagem noturna que deve durar em torno de oito horas. Eu optei pelo ônibus e não me arrependi.
Veja também: Como viajar de ônibus pela Argentina
Acabou o tempo em Córdoba? Pegue mais um ônibus (ou avião) e siga para Mendoza, onde você ficará por pelo menos três dias. Quando se cansar da capital dos vinhos, corra novamente para a rodoviária. O próximo destino já é no Chile: Santiago. A viagem dura seis horas. Caso sua viagem seja no inverno, verifique se a estrada está aberta.
Gaste o restante do seu tempo em Santiago e arredores. Você pode fazer uma viagem de bate e volta até as cidades de Valparaíso e Viña del Mar. Outra alternativa é passar uma noite nessas cidades, retornando para a capital chilena para pegar o voo de volta ao Brasil.
A região da Plaza San Martín é ótima, cheia de hotéis e perto de bares e restaurantes.
Basicamente, a questão é escolher entre ficar no centro ou no subúrbio, perto das vinícolas.
Em termos de charme e vida noturna, o bairro de Paris Londres é uma boa escolha. Outras regiões que também valem a pena são o próprio Centro, Bellavista, Providência e Las Condes.
Valparaíso, Chile
Neste caso, chegue pelo Uruguai e vá embora pelo Chile (ou o contrário). Passe três dias em Montevidéu/Punta del Leste. De lá, siga para Colonia del Sacramento, de onde você pegará o barco para Buenos Aires. Depois de quatro dias na capital da Argentina, vá para Córdoba. Até aqui tudo igual, certo? Então preste atenção na diferença:
De Córdoba siga para Salta, na região norte da Argentina. Fique ao menos uma semana nessa região, explorando tanto a cidade como as atrações ao redor – Quebrada das Conchas e Cafayate, Cachi e Parque Nacional los Cardones, Salinas Grandes e também as cidades turísticas do estado vizinho, Jujuy.
De Salta ou Jujuy, pegue um ônibus noturno para San Pedro do Atacama, no Chile. A viagem dura em torno de oito horas e é realizada por três empresas diferentes: Andesmar, Geminis e Pullman. Em alguns casos você pode ter que ir até Calama, também no Chile, e de lá pegar outro ônibus para São Pedro do Atacama, viagem que dura em torno de uma hora.
Depois de explorar o Deserto do Atacama, vá para Santiago. Nesse caso, o ideal é fazer o trecho de avião, pelo aeroporto de Calama. Caso prefira ir de ônibus, prepare-se para uma viagem de 20 horas (pelo menos). Fique quatro dias em Santiago, conhecendo também Valparaíso e Viña del Mar. Pegue o voo de volta para o Brasil lá.
Não tem muito segredo: procure hospedagem na região central.
Um dos roteiros pela América do Sul mais tradicionais entre mochileiros, essa viagem passa pelas belas paisagens andinas. Como eu nunca estive na Bolívia, pedi ajuda para o Fábio Freitas, um amigo de longa data que já mochilou por lá, para montar esse roteiro. Neste caso, comece sua viagem por Cusco, no Peru, e termine por Santiago, no Chile (ou o contrário).
Reserve entre quatro e cinco dias para conhecer Cusco e arredores, o que inclui o Vale Sagrado e também Machu Picchu.
Veja também: Como comprar a entrada para Machu Picchu
Machu Picchu, Peru
Em Cusco, pegue um ônibus e siga para Puno, que fica às margens do Lago Titicaca. A viagem dura, em média, oito horas. Depois de alguns dias em Puno, é hora de entrar na Bolívia. A viagem de ônibus para La Paz costuma passar por Copacabana e dura em torno de oito horas. Manifestações são muito comuns na região, o que pode interromper o trânsito de veículos, atrasar sua viagem ou até mesmo obrigar você a fazer um bom trecho a pé, até passar pela manifestação.
Chegou em La Paz? Ótimo. Aproveite para conhecer as atrações da cidade, entre elas o Mercado das Bruxas, onde é vendido de tudo: artesanato, roupas andinas e até produtos usados em rituais religiosos (e que garantem o nome do mercado).
De La Paz siga para Uyuni, a base para conhecer o Salar de Uyuni, maior planície de sal do mundo. Essa viagem pode ser feita de ônibus, de trem (com escala em Oruro) ou de avião. A viagem de ônibus dura em torno de 10 horas. O blog Rê Vivendo Viagens dá detalhes sobre o percurso.
Aposto que você já percebeu: dá para juntar partes de todos os roteiros anteriores num só, fazendo um mochilão pela América do Sul, que passa por Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia e Peru. Para isso, vá para Cusco, no Peru, e volte por Montevidéu, no Uruguai (ou o contrário).
Entre Cusco e San Pedro do Atacama, no Chile, siga todo o roteiro número quatro. De lá você tem duas opções: a primeira é ir para Salta ou Jujuy, no norte da Argentina, viagem de ônibus que dura cerca de oito horas, conforme relatado no roteiro número três. A partir desse ponto você pode seguir para Córdoba e depois Buenos Aires, onde você pegará o barco para o Uruguai.
A segunda opção é ir de San Pedro para Santiago, de lá seguindo para Mendoza, na Argentina, conforme relatei no roteiro número dois. Depois o roteiro é idêntico: Córdoba e Buenos Aires, onde você pegará o barco para o Uruguai.
Andes chilenos
Existem centenas de opções de roteiros pela América do Sul, do mochilão ao mais luxuoso. É possível fazer os trechos listados aqui de forma diferente; é possível ir em outras partes dos países citados (por exemplo, a Patagônia e a Terra do Fogo); é possível incluir países que ficaram de fora desses exemplos, tipo Colômbia, Equador, Venezuela e, claro, o Brasil, que rende um texto separado, mas pode ser combinado com os países vizinhos.
Nos links abaixo você encontra mais informações para cada um desses roteiros.
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Ver Comentários
Que massa seus roteiros, adorei! Estou morando na Europa mas mês que vem vou voltar pro Brasil e pretendo priorizar os países vizinhos - e o próprio Brasil. Adorei suas ideias, parabéns. Quando estiver pronto o post sobre "quanto gastar" divulgue para os curiosos :) Um abraço.
Já está previsto esse post, Rafaella. Em breve será publicado.
Abraço.
Vamos em outubro?
haha!
Gostou de algum roteiro em particular?
Abraço.
Na viajem que fiz a cochabamba em 2013 que fiquei sabendo sobre o Salar de uyuni, porém não tive tempo de ir visitar naquele ano. Enfim, o tempo passou e nesse caso, Peru, Bolívia e Chile é um bom roteiro. Estou combinando com alguns colegas de Rondônia, para irmos em outubro.
Quem sabe podemos ir todos juntos.
Quero muito conhecer a Bolívia, mas acho que ainda não vai ser por agora.
Mas quem sabe, né? ;)
Rafael, tem algum post que vocês falam sobre quanto custa um mochilão pela América do Sul, parecido com aquele da Europa?
Não temos, Ângela. Mas teremos em breve. E só por causa do seu pedido. :)
Abraço.
Belo post. Estou pensando em me preparar para um , qual seria a média do valor em ?
Oi, Bruno. Em breve postaremos algo a respeito, mas em média o ideal é pensar em 40 dólares por dia, incluindo tudo, menos a passagem aérea.
Dá para fazer com menos e dá para fazer com mais. E alguns países serão mais caros, tipo o Chile, enquanto outros serão bem baratos, tipo Argentina e Bolívia.
Abraço.
Post fantástico, sempre tive a ideia de fazer um mochilão pela America do Sul e todos os roteiros citados ajudam muito em uma futura viagem. Vocês estão de parabéns, muito bom! Para mim só falta tempo para uma empreitada tão marcante.
Obrigado, Ricardo.
Se planeja direitinho que dá!
Abraço.
Olááá
Também pretendo fazer um mochilão no começo de 2016 pela américa do sul...Precisamente entre fevereiro e março.
Vou tirar trinta dias e quero conhecer o máximo de lugares possíveis
Gostaria de saber se essa época do ano é legal pra se conhecer?
E quais o países(com a paisagens mais bonitas) vc me indica?Se puder ser de trem ou onibus(quero curtir as paisagens)
Pretendo ir com 5 mil reais.
PS: Adorei o site e obrigada desde já!!!